Em 2025, um terço da população mundial vai sofrer sérios problemas de abastecimento de água. Pequenos gestos do dia-a-dia podem ajudar a para poupar água.

Tomar duche em vez de tomar banhos de imersão; fechar as torneiras quando não se usa a água; diminuir o volume de descargas dos depósitos de autoclismos; usar máquinas de lavar roupa e louça com carga máxima e programas curtos; regar o jardim ao final da tarde para evitar desperdícios a nível de evaporação; e lavar o automóvel com um balde e pano, em vez de usar uma mangueira de água corrente.

Pequenos gestos do dia-a-dia podem transformar-se numa grande ajuda para poupar água. “Existem simples contributos que todos nós podemos dar e que no fim resultam numa melhor forma de gerir a água e numa melhor forma de preservar recursos”, explica o presidente da Quercus, Hélder Spínola.

Dia Mundial da Água

O Dia Mundial da Água, que acontece esta quinta-feira, foi criado pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em 1993 para promover a conservação e preservação da água e o desenvolvimento dos recursos hídricos.

Segundo Hélder Spínola, é uma data acima de tudo comemorativa. “É um dia para chamar à atenção para a necessidade de gerir convenientemente este recurso”, diz. Um dos maiores desafios do século XXI é combater a escassez da água, que afecta um terço da humanidade. A água é considerada o “ouro” do século XXI. “Uma das maiores dificuldades em obter água tem a ver com as alterações climáticas, com a maior frequência de situações de seca e com o agravar da própria qualidade da água” disse Hélder Spínola ao JPN.

É essencial conseguir garantir água em quantidade e em qualidade para não correr o risco de pôr em causa a saúde pública, a qualidade de vida mas também o próprio desenvolvimento económico, alerta o ambientalista.

Hoje em dia, os esforços feitos no tratamento garantem bons níveis de qualidade da água em Portugal, mas ainda 2% da água distribuida para o consumo humano não respeita os níveis de qualidade exigidos. A poluição dos rios e das albufeiras é cada vez visível e pode tornar Portugal mais vulnerável à escassez, como acontece em países mais pobres.

Portugal tem uma percentagem elevada (40%) de perdas nas redes de distribuição de água para consumo humano. “Para uma melhor gestão dos recursos hídricos, é essencial que se desenvolvam métodos, mecanismos e comportamentos de uso mais eficiente”, afirma o presidente da Quercus.

Os desperdícios do uso da água são muito elevados, quer no sector doméstico, quer no sector agrícola. 50% das águas residuais produzidas em Portugal não têm um tratamento conveniente. Hélder Spínola defende a importância de investir num sector de tratamento que garanta a qualidade da água para ser reutilizada em, por exemplo, regas de jardim ou limpezas de pavimentos.