O FC Porto conquistou, a cinco jornadas do fim da Liga, o tricampeonato há muito anunciado, depois de uma semana assombrada pela possível perda de seis pontos, no âmbito do processo “Apito Final”.

Os portistas não claudicaram frente ao Estrela da Amadora e presentearam os mais de 50 mil adeptos com uma goleada à moda antiga, por 6-0, como ainda não se vira nesta edição do campeonato.

Campeão antes de o ser

Festa rija no Estádio do Dragão, antes e depois do apito final dado pelo árbitro João Vilas-Boas. Coreografias e “tifos” das claques vaticinavam um dia especial, que se concretizou com um jogo memorável, a dar um sabor ainda mais apetecível a um título precoce.

As marcas do “tri”, cuja conquista era já vista por todos como uma questão de tempo, já se faziam notar antes do encontro. Até os muitos vendedores ambulantes já negociavam cachecóis relativos aos “tricampeões” ou aos campeões 2007/2008 ainda as portas do Dragão estavam fechadas. O negócio não é como dantes – “não há euros”, diz uma das muitas comerciantes no final da Alameda das Antas – mas mesmo assim “basta ser tricampeão” para aumentar as vendas.

Festa preparada

Mais inesperada foi a festa que o FC Porto tinha preparada para um título que parecia certo. Depois de dado azo à alegria imediata da conquista, com as tradicionais correrias dos jogadores à volta do campo – já adornados dos mais diversos acessórios relativos ao “tri” – seguiu-se uma cerimónia de homenagem a todos os membros do plantel principal – mesmo aqueles que ainda não somaram qualquer minuto na competição nacional.

Depois dos aplausos aos jogadores e equipa técnica, os festejos seguiram para a Alameda do Dragão, onde já celebravam milhares de adeptos. Buzinas, cânticos e palmas deram voz a um cenário pintado de azul e branco. “É o maior do mundo, simplesmente!”, grita uma adepta em euforia. Ao seu lado, um simpatizante garante que a festa estava “mais calma” do que o normal. “Já estamos habituados a estes festejos, é mais um tri, mais uma vez”, explicou.

Campeões mesmo com menos seis pontos

O “Apito Final” pode tirar seis pontos aos tricampeões, mas para este adepto, não é caso para preocupação. “Isto é tudo uma cabala, mas não vai interferir, acho que vai ser tudo resolvido”.

O certo é que Jesualdo Ferreira, despreocupado, pedira aos associados que desvalorizassem a possibilidade de perda de pontos e que viessem ao estádio com espírito para festejos. Os portistas não se fizeram rogados e apareceram no Dragão em peso e de cachecol em punho, prontos para gritar “tricampeões” à medida que os golos foram surgindo.

Com esta conquista, os “dragões” bateram o seu recorde pessoal, vencendo o campeonato a cinco jornadas do fim. Mas a preocupação do técnico campeão nacional reside nos cinco jogos que ainda faltam disputar e, principalmente, na vitória na Taça de Portugal, onde o FC Porto está nas meias-finais.

Para trás fica uma noite de celebração que se repete pelo terceiro ano consecutivo para os lados do Estádio do Dragão, com a certeza de que, pelo menos por enquanto, o FC Porto já é matematicamente o campeão.