Manuel Pizarro acabou por sair derrotado das eleições autárquicas à Câmara do Porto, mas aceitou a vitória de Rui Moreira. O candidato do PS aproveitou para lançar "farpas" à outra derrota: a de Luís Filipe Menezes.

Paciência e expectativa foram as palavras de ordem na sede do Partido Socialista. Poucos minutos depois das 20h, quando as televisões generalistas revelaram as primeiras projeções para o município do Porto – que davam a vitória para Rui Moreira -, surgiu a primeira declaração oficial. Augusto Santos Silva subiu ao púlpito para dizer que o PS ficou aquém das expectativas. Contudo, o ministro da Defesa do Governo de José Sócrates aproveitou, também, para agradecer a grande adesão às urnas e acrescentou que apenas restava esperar pelos resultados oficiais.

Sem grandes reações, os apoiantes de Manuel Pizarro aguardaram na sede por mais novidades. Entre os presentes, destaque para algumas caras conhecidas, como a do deputado socialista e candidato às Freguesias do centro histórico do Porto, Renato Sampaio; do comentador desportivo Hernâni Gonçalves; e do diretor de conteúdos da Medialuso (e ex-candidato à presidência do SL Benfica), Bruno Carvalho.

Só por volta das 22h surgiu Manuel Pizarro, quando novas projeções o garantiram como segundo classificado nesta corrida à Câmara do Porto. Mesmo sabendo da derrota, este entrou na sua sede de campanha ao som dos cânticos de apoio dos jovens membros do partido.

No seu discurso, começou por elogiar o povo portuense, por este ter mostrado que manda na cidade, numa alusão clara às falhas das sondagens reveladas no período de campanha, que o davam como terceiro classificado e garantiam, regra geral, a vitória a Luís Filipe Menezes. O candidato do PSD foi, aliás, o alvo das palavras mais duras de Pizarro nesta noite eleitoral. O socialista afirmou que o povo mostrou estar contra a prática do “populismo mais miserável e centralismo mais hipócrita e anti-Porto que há memória no nosso país”. Por outro lado, Pizarro viu-se no “dever democrático” de saudar a vitória de Rui Moreira.

No final da noite, Manuel Pizarro, em clima descontraído, recebeu as saudações dos presentes e deixou no ar a ideia de que a vitória de Rui Moreira, tanto para si como para o Porto, foi aquilo a que se podia chamar “do mal, o menos”.