Isidro Lisboa e Paulo Arbiol, da Rádio Nova, lecionaram, durante a manhã e a tarde, dois workshops sobre locução e animação em rádio. Os alunos tiveram a oportunidade de aprender formas de aperfeiçoar a comunicação com os seus ouvintes. Outra das formações temporárias que despertou a atenção dos participantes foi a de escrita para rádio conduzida por Susana Romana. A componente de produção e sonoplastia ficou a cargo de Jorge Guimarães.

Na sessão de encerramento, marcada para as 17h, Ana Rita Mendes, da Engenharia Rádio, aproveitou para fazer um balanço do fórum, realçando as conclusões das mesas de debate e convidando Fernando Alvim, convidado desta sessão, a uma reflexão sobre a rádio atual.

O colaborador da Antena 3 apresentou as suas perspetivas e falou de um meio “resignado”. “Toda a comunicação está murcha”, considerou o radialista, acrescentando que a “rádio deixou de ser imprevisível”. O perigo para o futuro da rádio é “tornar-se vulgar e deixar de ter classe”.

Num fórum de rádio independente onde a criatividade e originalidade foram defendidas, Fernando Alvim deixou uma mensagem para os futuros profissionais e amadores do meio radiofónico: “Não façam mais do mesmo. Não se resignem. Sejam criativos, inovadores. Se forem iguais aos outros não vão a lado nenhum”.

“As rádios comerciais são muito plásticas e muito monótonas”

Miguel Heleno, da Engenharia Rádio, faz um balanço positivo do encontro de “rádios que, não tendo a pressão publicitária, fazem coisas muito diferentes e trabalham em âmbitos muito diferentes”. Um dos organizadores do evento fala da grandes questões que o encontro lançou: “No caso do FM, como é que alteramos a legislação para que essas rádios possam também ocupar o espectro do FM e também discutimos a questão dos novos media e como entramos no online”.

Outro dos pontos comuns ao longo da conferência foi a “crítica de que as rádios comerciais são muito plásticas e muito monótonas. Para que a rádio possa evoluir é preciso criatividade”. A preservação da originalidade e a união de esforços entre as diferentes entidades foram as conclusões principais. “Há agora a possibilidade de termos um projeto comum na internet ou uma estratégia conjunta com a ERC e com outros aliados (pessoas insatisfeitas, seja público ou profissionais da rádio) e tentar fazer do FM uma coisa diferente”.