“O 10×10 teve início em julho, quando 10 duplas de professores e artistas – seis de Lisboa, duas no Porto e duas de Guimarães – participaram numa residência artística na Calouste Gulbenkian. Entre setembro e dezembro, as duplas trabalharam nas escolas, com alunos do 10.º ano do ensino regular, partindo das matérias curriculares, com o objetivo de desenvolver estratégias de aprendizagem eficazes na captação de atenção e envolvimento dos estudantes”, explica a organização.

O objetivo passou “promover a motivação e desempenho dos alunos, juntando a arte ao ensino” e, no Porto, as atividades aconteceram na Escola Básica e Secundária do Cerco.

O projeto, promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, decorreu pela primeira vez e em parceria com o Teatro Nacional São João e o resultado será agora apresentado em formato de aulas públicas no próximo sábado, 31 de janeiro, no Teatro Carlos Alberto, a partir das 10h30.

Da Geometria ao Português, do Teatro à Dança

A primeira aula pública, Geometria e Preconceito, apresenta o resultado do trabalho do ator e encenador Nuno M Cardoso e da professora de matemática Sandra Inês Santos, através da corporalização dos conceitos de simetria e vetores. Biologia é a disciplina que se segue, em Uma mentira cósmica e outros calhaus. Com conceção do artista Miguel Horta e da professora Ana Pereira, a aula promove o espírito científico através da criação de uma “mentira cósmica”, a invenção de um planeta.

A última atividade antes do “toque” para o almoço é um debate, moderado por Elisabete Paiva, coordenadora do Serviço Educativo de A Oficina, outra das entidades parceiras do projeto.

A tarde é dedicada ao Português. Às 15h, o artista João Girão e a professora Isabel Machado dão a aula Do meu caderno, projeto em que o ensino da poesia contemporânea é explorado através do desenho. Segue-se Derivas (com) sentidas, concebido pela bailarina Elisabete Magalhães e pela professora Paula Cruz, que provoca o encontro com o “poema” pelo ritmo, pela respiração, pelo movimento, pela imagem, pelas cadeias intertextuais.

A iniciativa termina com um debate moderado por Manuela Melo, do Conselho Consultivo doDescobrir – Programa Gulbenkian Educação para Cultura e Ciência, no qual todo o público presente é convidado a participar. A entrada é livre.