Quantos países já visitou?
Já visitei 31 países. Espanha, França (e Mónaco), Alemanha, República Checa, Hungria, Eslováquia, Eslovénia, Kosovo, Montenegro, Croácia, Grécia, Macedónia, Bulgária, Polónia, Geórgia, Estónia, Suécia, Noruega, Finlândia, Bélgica, Holanda, Ucrânia, Suíça, Itália (e Vaticano), Áustria, Luxemburgo, Liechtenstein, Turquia, Lituânia, Letónia e Portugal, claro.

Usa algum site para o ajudar a preparar as viagens?
Sim. Para começar, uso o Skyscanner, para me informar dos preços mais baixos de cada passagem aérea. Durante a viagem, uso o Tripadvisor para perceber o que é mais popular dentro de cada cidade, para tentar encontrar sítios, lojas, monumentos menos conhecidos, mas que valham a pena visitar, e ainda para me informar acerca das ligações entre cidades e países e os preços das mesmas. Quando estou apenas a “explorar” e a procurar ideias para as próximas viagens costumo visitar o site do João Leitão, o site do Filipe Gomes, o portal das viagens, entre outros. Devo realçar este último, pois tem sempre utilizadores com relatórios de viagem dos quais podemos retirar muitos detalhes importantes acerca de cada sítio. Nestes três sites encontram-se ótimas dicas para o antes e o durante das nossas viagens.

Quais são as maiores dificuldades que encontra na preparação de uma viagem low-cost?
Quando fiz a minha primeira viagem – um Interrail – tudo me preocupava; era tudo novo e era tudo, ou poderia vir a ser, uma potencial dificuldade. Com o tempo comecei a viajar em modo “freestyle”: vou decidindo onde vou passar a noite, em que cidade e o que vou visitar, com dois dias de antecedência e sem grandes preocupações. Sendo eu adepto do couchsurfing, devo admitir que o mais difícil – e talvez a única parte difícil – é arranjar sítio onde ficar com tão pouco tempo de antecedência. Isso e talvez a gestão do dinheiro, pois há uma linha muito ténue entre a poupança extrema e o esbanjar de forma irracional. Muitas vezes nem nos apercebemos de quando estamos a ser demasiado poupados, ou quando estamos a comprar souvenirs a mais.

O que é que o atrai neste tipo de viagens, para além do facto de serem mais económicas?
O que mais me atrai nas viagens low-cost é principalmente a liberdade que tu tens para ir onde quiseres. A minha ideia de viagem low-cost é partir para determinado sítio, por nossa conta e de acordo com as nossas opções. És tu que geres cada detalhe da tua viagem e, não só poupas imenso dinheiro, como podes, no fim da viagem, dizer que tudo o que fizeste foi 100% da tua autoria e de acordo com a tua própria vontade. A única viagem que fiz em grupo, usando os serviços de uma agência de viagens, foi à Turquia, pois tinha um preço bastante baixo. Visitei tudo com o máximo de conforto, de uma forma a que posso mesmo chamar de luxuosa. Nem sequer tive que me preocupar com as refeições, pois estava incluído no preço e o menú era sempre algo muito típico de cada zona… Mas, no fim, não teve o sabor especial que uma viagem low-cost tem. Não tem o mesmo valor. Hei-de preferir sempre as viagens com a mochila às costas.

Se o fator dinheiro não fosse um entrave, escolheria outro estilo de viagem?
Na minha última viagem tive uma conversa semelhante com a minha namorada. Na altura, disse-lhe que faria exatamente o mesmo tipo de viagem, sem tirar nem pôr. Até poderia ter ganhado o Euromilhões que não trocaria o estilo de “mochileiro”. Continuava, principalmente, a frequentar hostels e a confraternizar com os locais. O dinheiro não compra amizade, que é algo que ganho em cada viagem… Acho que este tipo de ligação começa mais facilmente num hostel ou em couchsurfing do que em qualquer hotel de 5 estrelas. A única diferença, tendo mais dinheiro, seria a de poder viajar quando quisesse, para onde quisesse sem ter que procurar voos baratos. E se fosse para longe, ia em voo direto, detesto escalas. No decorrer da viagem em si, talvez fosse mais vezes a restaurantes, para não ter o trabalho de cozinhar. Depois de tanto andar durante o dia, é muito melhor ter quem nos faça as refeições.

Que dicas daria a alguém que quer viajar com pouco dinheiro?
Pesquisar imenso na Internet histórias na primeira pessoa. Procurar ao máximo informarem-se sobre cada sítio e criar um itinerário minimamente exequível. Depois, e de acordo com esse itinerário, procurar os transportes e as ligações que mais se adequam ao trajeto e à pessoa. E, se tiverem amigos que costumem viajar, reúnam-se com eles, pois há detalhes, muito minuciosos, que acabam por ser bastante úteis. Na viagem em si, tentar fazer amigos, criar ligações com as pessoas, pois, salvo alguns casos, só temos a ganhar com isso.