A entrada no último fim-de-semana da Queima das Fitas do Porto foi feita ao som da música eletrónica, o que já tem acontecido ao longo dos últimos anos. Para os estudantes, há aspetos que distinguem a sexta-feira de uma qualquer outra noite no Queimódromo.

Música para alguns, público para todos os gostos

Nuno Dias, a trabalhar na barraca “Fake Taxi“, refere que “este dia deixa de ser só para estudantes” e que “há público de todas as faixas etárias”, o que, na sua opinião, redunda num “ambiente mais de festival”. Marta Freitas, da barraca “A Tua Mãe“, vinculada ao curso de Engenharia e Gestão Industrial da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), justifica esta realidade pelo facto de “as pessoas já estarem mais livres, não terem de ir trabalhar no dia seguinte”.

No que toca a concertos, é fácil caracterizar a sexta-feira. “É eletrónica, é só música a bombar”, refere Jaquelina Vinagre, no “Bar do Júlio“, barraca da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (AEFLUP). Mariana Monteiro, do “Ponto G“, confessa que, devido ao género musical, “o público se torna muito selecionado”.

Dos DJs nacionais aos grandes nomes da EDM

Do agrado dos estudantes ou não, a verdade é que o público se foi reunindo à volta do palco assim que o primeiro DJ, Hugo B, tirava o pó das colunas. O jovem português trouxe ao Queimódromo uma sequência de músicas mais comerciais, onde o verbo “amar” e o substantivo “amor” eram uma constante (“Love Me Like You Do” de Ellie Goulding, “Real Love” dos Clean Bandit, “I Love It” das Icona Pop).

A primeira dupla da noite foi a de Jonh Mayze & Miguel Faria, DJs e produtores portugueses há mais de dez anos. Estes artistas já tiveram a oportunidade de subir ao palco com grandes nomes da música eletrónica – como Axwell, Major Lazer e Martin Solveig – e gerem, ainda, um programa de rádio, o “Mashup Radio Show”, que passa em várias estações, pelo mundo fora (Slavia EDM Radio na Bélgica, GloomBeats de Moçambique, na francesa MX RADIO e na Nove3Cinco, entre outras rádios online). No Queimódromo, esta parelha elogiou o Porto e os estudantes portuenses (“a melhor Queima do país”) ao longo de toda a performance. “Palmas para vocês” foram as palavras com que Jonh Mayze se despediu do público.

O espetáculo continuou e terminou com DJs internacionais – Mike Hawkins e a dupla Blasterjaxx. Os segundos são holandeses e ocupam o 13º lugar no ranking mundial de DJs criado pela revista Djmag. Os então cabeças de cartaz proporcionaram um espetáculo em grande, repleto de animação, luz e pirotecnia. Do palco para as barraquinhas e a tenda eletrónica, a música não parou até o dia nascer, “porque a Queima são oito dias e este é já o último”.