O ex-presidente guineense está confinado à sua residência desde ontem, ao que parece, para evitar qualquer contacto com os jornalistas.
O general Veríssimo Correia Seabra, homem forte do regime, hoje citado pelo JN, terá dito que tudo não passou de um equívoco “já que ninguém deu ordens para que fosse solto”.

Por sua vez, o ministro da Justiça, Carlos Vamain, considera que esta questão tem sido empolada, uma vez que Kumba Ialá, depois do golpe de Estado de 14 de Setembro de 2003, podia movimentar-se e circular livremente “dentro do território da Guiné-Bissau”. A verdade é que não foi isso que se passou e o ministro explica que só perante os ataques de Kumba Ialá aos golpistas “foram tomadas apenas medidas um pouco restritivas, mas não impeditivas da liberdade”.

À ordem de prisão não serão alheias as acusações que Ialá fez ao general Veríssimo Correia Seabra, de desvio de 4,7 milhões de euros dos cofres do Estado.
Embora tenha sido explicado que Kumba Ialá não pode deixar a própria residência apenas para evitar o contacto com os jornalistas, a mesma está a ser guardada por seis militares.

Eleições legislativas de 28 de Março

Ialá esteve seis meses em prisão domiciliária após o golpe de estado. Libertado segunda-feira, o antigo chefe de Estado preparava o seu regresso ao Partido da Renovação Social (PRS) e à campanha para as eleições legislativas de 28 de Março, que esperava ganhar com maioria absoluta.
No entanto, a Carta de Transição Politica estipula que Ialá está impedido de fazer politica até 2008. O ex-Presidente defende-se dizendo que «a Carta de Transição não tem a legitimidade», porque «surgiu num contexto extra-legitimidade democrático».

Ana Isabel Pereira