Governo, patronato e trabalhadores retomam, esta sexta-feira, a discussão do Contrato Social para a Competitividade e Emprego.

A proposta governamental apresentada na segunda-feira previa a revisão salarial apenas de dois em dois anos, dependente da produtividade da empresa e da média da inflação na Zona Euro nos dois anos anteriores. Esta sugestão não foi bem recebida pelas confederações patronais nem pelas centrais sindicais, pondo em causa a consertação social.

João Proença, secretário-geral da UGT, afirma que “negociar salários com base na inflação da Zona Euro do ano anterior representa um retrocesso de 20 anos”, cita a Lusa. O dirigente sindical acrescenta que esta proposta, “em matéria de política de rendimentos, está muito mal formulada”.

A CGTP reclama o aumento da produtividade e do emprego, acusando o Governo de “exigir mais sacrifícios aos trabalhadores”.

O Contrato Social foi elaborado pelo secretário de Estado do Trabalho, Luís Pais Antunes, e propõe atingir 64% da média da produtividade europeia até 2006. O documento retoma o estudo «Portugal 2010», no qual se apontava para os 75% de produtividade da União Europeia até ao fim da primeira década do século XXI.

Manuel Jorge Bento