Os trabalhadores enfrentaram ontem, quinnta-feira, o mau tempo para se manifestarem publicamente contra as políticas socias do governo. Contra o desemprego, a diminuição dos salários e a luta por direitos e serviços públicos de qualidade, a contestação sindical fez-se sentir sobretudo em todas as capitais de distrito.

A CGTP manifestou satisfação pela elevada adesão e considera que este é mais um dia na caminhada dos trabalhadores.

Fortes Palavras de Protesto

” Está na hora, está na hora do governo ir embora”, “Durão, Portas e Bagão são amigos do patrão”. Foram palavras de ordem contra o governo as que se fizeram ouvir nas ruas do país. Contra as políticas da educação, da saúde, os trabalhadores empunharam faixas com palavras de descontentamento. As vozes do protesto reclamavam por uma nova política social e um novo governo, mais atento aos problemas dos trabalhadores.

Relembraram-se as trabalhadoras da Brax, da Finex e outros que continuam sem solução à vista. Ao megafone, grita-se que “a política deste governo tem piorado a situação dos portugueses” e aos poucos Durão Barroso e os seus ministros estão a “hipotecar o futuro do país”.

Invictas convicções

Foram cerca de um milhar de manifestantes que se concentraram na praça dos Poveiros. Organizada pela União de Sindicatos do Porto, quase todos os sectores sociais, industriais e empresariais se fizeram representar. Os trabalhadores foram-se organizando e nem a chuva intensa que caiu durante toda a tarde demoveu a manifestação que percorreu algumas das principais artérias da cidade.

João Torres, da Comissão Executiva da CGTP, disse ao JornalismoPortoNet que ninguém, nem a própria cidade fica indiferente a este protesto: “Os únicos que não se queixam desta política são os tubarões, são aqueles que engordam diariamente à custa do suor alheio porque os pequenos e médios comerciantes, os trabalhadores, os reformados, os desempregados estão aqui solidários connosco.”

A manifestação dispersou frente ao Governo Civil, após ter sido entregue uma resolução ao governador.

Teresa Oliveira dos Santos