Leva, lê e larga. É sob este lema que funciona o “Book Crossing”, rede mundial de partilha de livros, que passou a ter na renovada biblioteca da Casa das Glicínias o seu mais recente membro.

Só no Porto, há mais de um ano que uma centena de pessoas partilha livros por todo o mundo. É o caso da jovem Vanessa Gomes, que já trocou livros com pessoas oriundas de vários países, entre os quais, México e Irão. Vanessa considera que há “livros internacionais” que ultrapassam fronteiras linguísticas. “Do México pediram-me os livros em português”, disse.

O projecto foi apresentado por Paulo Morais enquanto presidente da Fundação para o Desenvolvimento Social do Porto. O vereador da Habitação e Acção Social realçou a “requalificação de uma biblioteca pequena, mas grande nos seus objectivos” e facto de “ser um espaço aberto ao exterior, para a cidade e para o mundo”.

A Biblioteca da Casa das Glicínias surge assim como um convite à participação de todos no depósito de livros. Paulo Morais também trouxe um livro para depositar na rede. O livro escolhido foi “Mensagem”, de Fernando Pessoa, o seu “preferido de há muitos anos”, segundo revelou.

Para ser membro da rede “Book Crossing”, o vereador apenas teve de aceder à Internet, e registar-se em www.bookcrossing.com. Paulo Morais prometeu que irá acompanhar o percurso do seu livro. “Ficamos a saber que podemos deixar um livro no Porto e que este vai percorrer o mundo”, afirmou.

Teresa Branco, directora da Casa das Glicínias, não escondia a sua felicidade. “Este é um espaço de qualidade acrescida, pois apesar de ser pequeno será uma área dinamizadora de vários projectos”, referiu. A promoção de artistas autodidactas é uma das iniciativas promovidas pelo espaço. Como é o caso de Ismael, que teve a oportunidade de inaugurar a exposição do seu trabalho de esculturas em pedra intitulado “A Pedra”. Segundo Teresa Branco, “as exposições serão sempre acompanhadas com sugestões literárias existentes na biblioteca e relacionadas com o mesmo tema”.

A Casa das Glicínias, no Porto, passou a ser um lugar de referência para todos os amantes da leitura de livros que são livres e capazes de tornar o mundo inteiro numa biblioteca.

Bruno Amorim