Portugal está próximo de atingir a barreira psicológica dos 500 mil desempregados. De acordo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional, os desempregados registados são 467 540.

O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) revela, no relatório mensal relativo a Fevereiro deste ano, que o número total de desempregados subiu para 467 540 em Portugal. No mesmo período de 2003 o número de desempregados inscritos era de 412 487 mil, ou seja, este ano há mais 55 043 mil indivíduos inscritos nos centros de emprego.

Apesar destes valores, o IEFP afirma verificar “uma desacelaração do crescimento de desemprego, quer em termos anuais, quer em termos mensais.”
O IEFP revela ainda que o género feminino é o mais afectado, 56,7%, no entanto, os dados mensais demonstram que, relativamente ao mesmo mês do ano anterior, se verificou um crescimento do desemprego nos homens, mais 16,4% do que as mulheres. Relativamente à faixa etária, os desempregados com 25 anos e mais de idade registaram um acréscimo de 15%.

Os desempregados com formação superior continuam a subir. O IEFP destaca um crescimento de 29,9% relativamente ao mesmo período do ano passado.
Todos as regiões do Continente e a Região Autónoma da Madeira registaram valores superiores aos observados no mês do ano anterior. A Região Norte e a Região Autónoma da Madeira são as regiões que apresentam o maior aumento do desemprego, 20,4% e 13,3% respectivamente. A Região Autónoma dos Açores é excepção, registou um decréscimo de 28,6%.

A mesma fonte refere que a procura de novo emprego teve um acréscimo de 11,9%, enquanto que a procura do primeiro emprego aumento 15,6%. Em termos de evolução do desemprego por profissão, é naquelas profissões em que é exigido o desempenho de aptidões e qualificações mais elevadas que se verificam aumentos significativos, destacando-se “os profissionais de nível intermédio do ensino”, com uma subida de 64,1%, e os docentes do ensino secundário, superior e profissões similares, com mais 41,2%.

A actividade económica “Fabricação de mobiliário, reciclagem, indústria transformadora” foi aquela onde se verificou mais desemprego, com uma subida de 32,1%.

O desemprego de longa duração, um ano e mais de inscrição, teve uma subida de 26,8%. Já o desemprego de curta duração, menos de um ano de permanência em ficheiro, cresceu cerca de 5,9%.
O IEFP afirma ainda que “o fim de trabalho não permanente continua a ser o principal motivo responsável pela inscrição dos desempregados no Centro de Emprego do Continente”.

Carla Gonçalves