O primeiro-ministro, Durão Barroso, em entrevista à RTP, assumiu que “cometeu erros ao longo destes dois anos”. Francisco Sarsfield Cabral, José Manuel Fernades, Judite de Sousa e Mário Bettencourt Resendes confrontaram o primeiro-ministro com os temas que estão na ordem do dia. Em quase todos, Durão disse mais do mesmo.

Segurança no Euro 2004

O executivo liderado por Durão Barroso garante que durante o Euro 2004 vão ser activados “mecanismos excepcionalíssimos de segurança” sem que se caia “numa paranóia securitária”. Em questões de segurança, o primeiro ministro deixou entrever a possível fusão das “secretas” portuguesas (SIS e SIEDM), matéria que está a tratar em conjunto com o Partido Socialista. Os polícias lesionados em exercío de funções recebem a garantia por parte de Durão Barroso, de terem “o seu futuro e o da sua família assegurados”.

Europeias e Presidenciais

Sobre as eleições europeias, o chefe do governo da coligação, garantiu que o nome do cabeça de lista PSD/PP será conhecido “brevemente”. O primeiro-ministro acredita numa vitória nas as eleições de Junho e afirma que esta vai ser a matéria de fundo do Congresso que em Maio vai juntar os sociais-democratas. Em matéria de presidenciais reiterou que qualquer um pode avançar em nome individual mas tem, no momento, “questões muito mais urgentes em que pensar”.

O “problema” espanhol

Sobre o Iraque e a retirada das tropas espanholas, anunciada por Zapatero, Durão Barroso adverte que “não é bom que um país mude a 180º a sua política externa. É um problema para Espanha”. Por isso, a GNR não sairá do Iraque porque tal significaria, para o primeiro-ministro, “abdicar da nossa dignidade”.

Mau momento económico “já passou”

Relativamente à economia, o pior “já passou” para o chefe do governo, que reafirmou que os aumentos salariais para a Função Pública são para avançar no próximo ano. A fase da “retoma”, como Pedro Duarte tinha ontem anunciado no parlamento, é mesmo para este ano.

Sobre o aborto o primeiro.ministro diz que um novo referendo é “inevitável” mas nunca antes de 2006. Quando questionado sobre uma possível remodelação do executivo, Durão Barroso não se quis pronunciar.

Liliana Filipa Silva