O programa de mobilidade de estudantes tem sido um grande êxito na Universidade do Porto. Só este ano lectivo a UP recebeu 399 alunos estrangeiros.

É um sonho de quase todos os estudantes universitários ir estudar para outro país. Através do programa Erasmus milhares de estudantes europeus viram esse sonho tornar-se realidade.

A Universidade do Porto não é excepção. Este programa de mobilidade tem sido um êxito e apresenta um aumento anual de 18 a 20%.
Os 399 alunos estrangeiros que a UP recebeu este ano vêm na sua maioria de universidades espanholas, italianas e francesas, para as Faculdades de Engenharia e Letras.

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Cristina Ferreira, directora dos Serviços de Relações Internacionais da Universidade do Porto (SRI) em declarações ao JornalismoPortoNet, afirma que as razões deste aumento devem-se ao facto da UP “oferecer aos alunos estrangeiros um ensino de qualidade, uma cultura diferente, uma cidade com um carácter muito forte, que normalmente deixa saudades aos que partem”.

O JornalismoPortoNet foi falar com alguns alunos de Erasmus para saber porque razão escolheram Portugal e a Universidade do Porto para estudar.

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Adilson de Ângelo, brasileiro, 37 anos, está a fazer um doutoramento em Ciências da Educação na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da UP. Adilson diz que estudar em Portugal é um privilégio devido à “proximidade cultural que existe entre os dois países e pela facilidade da língua comum.”
No caso deste estudante brasileiro, o domínio da língua portuguesa é sem dúvida uma vantagem para uma integração mais rápida. Para alunos de outros países, a língua representa uma dificuldade.

É o caso de Julia Lammert, alemã, que veio estudar para a Faculdade de Letras da UP.
Embora esteja em Portugal há pouco tempo, Julia vai já dizendo num português perceptível que a língua é a principal barreira. Explica que escolheu Portugal por ser um país do Sul da Europa e porque gostava de aprender a língua portuguesa. Julia confessa gostar muito da cidade do Porto, e deixa a crítica de que “o sistema de ensino na Universidade do Porto é muito diferente do da Alemanha”.

Depois da barreira da língua, o alojamento é o principal problema apontado pelos estudantes de Erasmus.
Cristina Ferreira, directora dos SRI da Universidade do Porto afirma que o número de vagas de alojamento disponíveis é insuficiente face à crescente procura. “Embora estejam a ser feitos esforços, a UP não está preparada com infra-estruturas que suportem a questão dos alunos estrangeiros, como de resto acontece em muitas faculdades do sul da Europa, mas é uma questão que se irá resolver futuramente”.

Apesar de todas as dificuldades, a maioria dos alunos de Erasmus faz um balanço muito positivo da UP. “Depois da Universidade do Porto nunca mais serei o mesmo” afirma Adilson de Ângelo, uma frase que pode muito bem resumir a experiência de muitos jovens depois da sua passagem pela Universidade do Porto.

Carla Sousa