Uma derrota pesada que ocorre na sequência das reformas impopulares implementadas pelo governo de Raffarin, dois anos após a vitória estrondosa nas presidenciais e nas legislativas.
Face aos maus resultados das eleições, o primeiro-ministro francês pediu a demissão. Jacques Chirac, presidente francês, decidiu conservar o actual chefe do executivo pelo menos até às eleições europeias em Junho, mas encarregou Raffarin da formação de um novo executivo.
O primeiro-ministro admitiu que o resultado do escrutínio de Domingo implica a adopção de algumas mudanças, mas garantiu que vai prosseguir com as reformas da segurança social.
A composição do novo governo vai ser anunciada amanhã, naquele que é o terceiro governo de Raffarin desde Maio de 2002.

A direita francesa saiu derrotada na segunda volta das eleições regionais que ocorreram este Domingo.
A aliança de esquerda (socialistas do PSF, comunistas do PCF e ecologistas dos Verdes) conquistou 50% dos votos contra os 37% alcançados pela coligação de direita (o partido do governo UMP- União para um Movimento Popular e o UDF- União para a Democracia Francesa). O partido de extrema-direita Le Pen (FN- Frente Nacional) não foi além dos 14%.

O mapa gaulês ficou pintado de cor de rosa, no total das 23 regiões administrativas, a esquerda assumiu o controlo de 21 regiões e a direita apenas conservou duas regiões, das 14 que tinha.
Nesta segunda volta os níveis de abstenção diminuíram de 38%, na primeira volta, para 35%, uma afluência que veio reforçar os resultados inesperados da esquerda.

Carla Sousa

Foto:Photothèque Soultix