A Comissão Nacional de Eleições (CNE) na Guiné-Bissau, segundo a TSF, ameaça demitir-se na sequência das polémicas levantadas em torno da transparência do escrutínio. Depois de um alargamento do período de votação, na sequência de problemas logísticos nas assembleias de voto, os resultados provisórios oficiais estão previstos para hoje. No entanto, a ameaça de demissão por parte do CNE pode levar a uma situação de impasse e instabilidade.

O PRS (Partido da Renovação Social), segundo a BBC, acusa a Comissão Nacional de Eleições e as Comissões Regionais Eleitorais de fraude e favorecimento do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde). O ex-partido de Kumba Iála, representante da maioria étnica balanta, acusa que as eleições não decorreram de forma transparente, contrariando as declarações de vários observadores internacionais, e adianta que não irá reconhecer os resultados.

Além disso, o comité militar, que apoiou Kumba Iála, opõe-se à divulgação dos resultados e pretende a avaliação das reivindicações de todos os partidos.
A vitória do PAIGC é dada como certa e o Partido Unido Social-Democrata (PUSD) espera apenas o anúncio oficial dos resultados para tomar uma posição oficial de reconhecimento desta vitória.

Também a União para a Mudança (UM), de Amine Saad, e o Partido Manifesto do Povo (PMP), tomam a vitória do PAIGC como certa e felicitaram o partido de Carlos Gomes Júnior.

Carla Gonçalves