Trinta anos após a revolução dos cravos, Gouveia comemora com requinte. As pequenas flores vermelhas vão ter a oportunidade de se perfumar de solos, escalas e melodias longas e intrincadas. Tudo situado no jardim do art rock/prog-rock, local de fuga de músicos e fãs.

Pelo segundo ano consecutivo, a associação Portugal Progressivo e a Câmara Municipal de Gouveia montaram um palco na cidade. Entre os dias 24 e 25 de Abril, as propostas da edição deste ano são diversas.

Os Forgotten Suns devem começar a sua actuação às 16.30, no dia 24. Em 1991, Linx (voz e teclados) e Ricardo Falcão (guitarra) deram forma a um sonho e tocam em Gouveia como umas das mais promissoras bandas da cena progressiva portuguesa. A recepção por parte da crítica estrangeira augura bons prenúncios para o futuro.

Seguem-se os italianos Periferia del Mondo, uma banda de fusão na tradição da boa escola progressiva transalpina. O quinteto possui já dois lançamentos discográficos, “In Ogni Luogo, in Ogni Tempo” (2000) e “Un Milione di Voce” (2002).

Um trio formado propositadamente para o festival encerra os concertos do dia 24. Richard Sinclair, nome proeminente do art rock/prog-rock e que já colaborou com Robert Wyatt, Camel e Caravan, vai ter companhia de respeito em palco. O baterista Andy Ward, um dos fundadores dos Camel, e Theo Davis, saxofonista respeitadíssimo, são os músicos que o acompanham.

O show case do português Fernando Guiomar abre as hostilidades do dia 25, às 16.00. Guitarrista e mentor do projecto português de fusão Trape Zape, colaborou com Vítor Rua.

Do tecnicismo dos italianos La Torre dell´Alchimista espera-se a actualização do revivalismo clássico. Na algibeira trazem o seu único lançamento, homónimo e datado de 2001.

Os Isildurs Bane, vindos da Suécia, são umas das bandas que mais se destacaram nos últimos 20 anos. Conhecidos pela experimentação de novas sonoridades e procura de melodias inovadoras, seduzem pela complexidade das composições de Mats Johansson.

Germano Oliveira

Foto: Gouveia Art Rock