Imergir no universo do art rock implica a utilização de um fato de mergulho costurado pelo rock progressivo, ou prog-rock. De facto, é preciso compreender que, apesar de ténues, existem diferenças entre os géneros. Enquanto o prog-rock assume contornos mais literários e melódicos, na acepção tradicional, o art-rock é mais avant-garde, preferindo estruturas sónicas e experimentalistas. Assente este ponto, podemos mergulhar com segurança nestas águas musicais.

O art rock/prog-rock é associado habitualmente a temas longos, com múltiplas secções e solos enormes, substituindo a fórmula clássica da canção. É inevitável não nomear o domínio clínico dos instrumentos por parte dos músicos, peritos em arrancar o tradicional “é impossível” ao público. Outra associação comum a este universo remete-nos para a noção de “álbum conceptual”, em que todas as faixas de um disco abordam um mesmo tema geral.

Com uma vertente vincadamente sinfónica e melódica, são tidos como dos primeiros estilos a compreender a pertinência dos sintetizadores e dos elementos electrónicos no processo de composição artística. Os mais desabituados a estas sonoridades podem confundir “progressivo” com “pretensiosismo”.

Podemos conceber os poemas de Bob Dylan e álbuns como “Freak Out”, dos The Mothers of Invention, e “Sargent Pepper´s Lonely Hearts Club Band”, dos Beatles, como primeiras abordagens a este espectro do rock.

A partir de 1967 começaram a despontar as bandas que desenharam as primeiras figuras musicais desta partitura muito peculiar, através de nomes como The Nice, Procol Harum e The Moody Blues.

Dois anos depois surgiu uma obra incontornável, “In the Court of the Crimson King”, criada pela mestria dos King Crimson, que define muitas das regras (ou ausência das mesmas) do art rock/prog-rock.

Particularmente na primeira metade da década de 70, as bandas “progressivas” tornaram-se numa força comercial. Genesis, Yes, Pink Floyd, Jethro Tull, Lake & Palmer, entre outros colectivos, invadiram os charts e lançaram uma série de álbuns intemporais.

Actualmente, os americanos Dream Theater são dos poucos nomes que se movimentam no plano do mainstream.

Germano Oliveira

Foto: All Music Guide