Diversão é a palavra de ordem para os mais pequenos que, nestes dias de férias, visitam a Fundação Serralves. Para ocupar o tempo de férias das crianças e tranquilizar os pais, o serviço educativo da instituição tem preparado um conjunto de oficinas pedagógicas com carácter lúdico. Estas oficinas de Páscoa estão distribuídas por quatro sessões tendo, cada uma delas, um tema que vai desde a educação artística à arquitectura e educação ambiental.

Brincadeira e aventura é o que não vai faltar em Serralves, até porque “as crianças estão em férias e o descanso e a diversão são muito importantes”, afirma, ao JornalismoPortoNet, Elisabete Alves, coordenadora do projecto. Além da diversão, “aprender” é outra das palavras-chaves nestes dias de férias. “As nossas oficinas são muito práticas. Propomos tarefas às crianças que são pensadas de acordo com a sua faixa etária e propomos tarefas que eles conseguem agarrar e desenvolver com um certo grau de autonomia”, acrescenta.

Serralves transformou-se, nestes dias, num grande espaço onde pode ser encontrado um pouco de tudo e com uma regra que todas as crianças devem seguir: é proibido não mexer! Um dos objectivos destas férias lúdicas e pedagógicas, consiste em “formar e sensibilizar” as crianças para diferentes experiências nos espaços da Fundação de Serralves. O contacto com a natureza, através do parque e da quinta, é o mais privilegiado.

À descoberta do tesouro

“Acho que deviam vir para Serralves, passar as vossas férias porque é muito melhor estar aqui a fazer alguma coisa de jeito do que estar em casa, sentado no sofá a comer pipocas e a ver televisão. Venham ao menos aprender alguma coisa”, diz uma participante e adepta entusiasta das férias em Serralves. “Gosto de estar aqui porque estou ao ar livre, conheço novas pessoas, aprendo coisas novas, coisas que não aprendo na escola, onde não tenho oportunidade de andar na relva, rebolar e dar cambalhotas”, explica.

Este é um jogo em que as crianças partem à descoberta do “tesouro” da Páscoa, percorrendo um caminho em busca de dicas que os conduzam ao tão desejado tesouro. Segundo Filipe Duarte, um dos monitores da oficina, esta actividade “visa explorar o interesse das crianças pelo parque e motivar a descoberta da quinta”. Catarina Claro, colega do Filipe Duarte, acrescenta que “é uma oficina que pretende explorar o sentido de grupo, de interajuda”.

Tomás, participante nestas férias de Páscoa e colega da Ana, também selecciona a caça ao tesouro como a sua actividade preferida: “gosto de estar aqui porque tenho os meus amigos para brincar, jogar ao jogo do galo e posso brincar a toda a hora”, diz Tomás.

Quem conta um conto…

Era uma vez… um “quarto de brincar”. Este quarto consiste num espaço onde existe uma “casinha”, um cavalinho de madeira, uma mesa, cadeiras e muitos brinquedos. São as crianças que os trazem: “os brinquedos deixam de o ser e passam a ser personagens”, afirma Marta Nunes, monitora. A ideia é “criar histórias a partir dessas personagens”.

Mas não se pense que apenas as crianças se divertem com estas brincadeira. Marta Nunes reconhece que o entusiasmo é contagiante: “cresço imenso com eles, ouvir o que eles dizem e perceber como as crianças são tão mais livres do que nós”. Este tipo de actividades revela-se da maior importância para as crianças porque “aqui têm o seu espaço, têm tempo para eles e têm gente que espera alguma coisa delas”, acrescenta Marta Nunes.

Mas há muito mais para descobrir num espaço que parece não ter fim. Serralves é uma autêntica caixinha de surpresas, onde mexer, experimentar e aprender é essencial.

Manter os filhos ocupados nas férias, em Serralves, custa dinheiro aos pais, que por cada quatro manhãs ou tardes terão de pager 40 euros. Se der mais jeito manter os filhos ocupados todo o dia, os pais terão de desembolsar 65 euros. Estes são os preços a pagar por uma “alternativa de qualidade e de ocupação do tempo de férias das crianças”, afirma Elisabete Alves, coordenadora do projecto.

Vânia Cardoso