O protocolo entre a Federação Académica do Porto (FAP) e a Comissão Nacional de Luta Contra a Sida (CNLCS) abrangeu uma palestra sobre a incidência do VIH em Portugal na sexta-feira. O debate aconteceu depois do primeiro dia da acção de rastreio que teve a adesão de cerca de 400 participantes. À hora do debate, que teve lugar no restaurante do aldeamento Pedras d`el Rei, 176 pessoas tinham feito o rastreio. O saldo do primeiro dia de rastreio foi positivo, tendo em conta que a CNLCS queria bater o recorde de 250 pessoas.

Sara Mansinho, representante da Câmara Municipal de Tavira, felicitou a FAP pelo protocolo com a CNLCS e pela realização do Campo de Férias em geral: “foi com muito prazer que pudemos dar o apoio que temos vindo a dar”. A representante daquela cidade algarvia disse ao JornalismoPortoNet que esta acção é o primeiro passo de uma parceria entre a FAP e a CNLCS.

O médico Paulo Nossa explicou a importância de haver informação sobretudo junto dos mais jovens: “em Portugal há maior dificuldade da mulher em exigir condições de sexo seguro. A mulher portuguesa deixa mais ao critério do parceiro a responsabilidade de usar ou não preservativo”. A CNLCS ofereceu aos jovens preservativos em bolsinhas coloridas a pensar nas carteiras das “senhoras”. Paulo Nossa falou da importância dos jovens informados serem lideres de opinião dentro dos grupos e deu o exemplo da experiência dos serviços sociais da Universidade de Coimbra nas residências universitárias. Nuno Reis, presidente da FAP, lembrou que o ano passado, “também a Faculdade de Farmácia da UP formou monitores para ir às escolas secundárias falar sobre Sida”. A doença em Portugal é “um problema que atinge maioritariamente as faixas pobres da população e as mulheres, nomeadamente mulheres com mais de 50 anos e dentro da própria conjugalidade”, lembrou Paulo Nossa.

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Os estudantes presentes no debate queixaram-se da falta de explicações concretas durante uma sessão que se queria esclarecedora. Pedro Pinheiro, estudante da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, disse que “o debate foi muito técnico, mais sobre a implementação de programas e menos esclarecedor”. “Carolina Guedes, estudante da Faculdade de Medicina, disse que a sessão tinha acabado por ser “um monólogo, com vários intervenientes, os da mesa”. A estudante do S. João lembrou “que nem todos os alunos presentes, a estudar em vários cursos, saberão o que é uma DST”.
“Foi uma sessão de agradecimentos”, disse outra estudante presente, que não contemplou o agradecimento aos estudantes “nem aos profissionais de saúde que lá fora tinham esclarecido as pessoas, durante tarde”.

Ana Isabel Pereira (texto e fotos)