O leiriense começou a arbitrar aos 24 anos e, aos 52 anos, o português vai realizar um sonho antigo. Ao ser eleito um dos melhores 25 arbitros de judo do mundo, Carlos Duarte garantiu a convocatória para os Jogos Olimpicos de Atenas. Nunca um juiz português arbitrou nos Jogos Olimpicos. Duarte explicou ao JornalismoPortoNet que a avaliação que dá origem a estas convocatórias é “feita por um grupo de observadores da Federação Internacional de Judo” que observa, entre outros, o árbitro português em todas as provas em que está presente.
Carlos Duarte contou ao JPN que falhou Sidney “porque houve uma confusão na federação”. A concretização do sonho de arbitrar nas Olimpíadas chega tarde.

Numa altura em que o judo nacional começa a dar cartas no panorama mundial – com as melhores classificações de sempre em Sidney 2000 e com um quarteto de luxo apurado já para Atenas – a arbitragem do luxo numa prova da importância das Olimpíadas ajuda a projectar a modalidade além fronteiras. Carlos Duarte acredita que esta nomeação “é marco para o judo português” porque pela “primeira vez um árbitro português vai estar nos Jogos Olimpicos”.

A presença de um árbitro numa prova como a de Atenas faz tanto pela projecção do país como a participação dos nossos atletas. É esta a convição do juiz de Leiria. “Para ir aos Jogos Olímpicos, os árbitros tem que ser muito bons para corresponder à qualidade dos atletas”, diz.

O português não se sente intimidado com a pressão de ir arbitrar combates com o nível inerente aos Jogos: “já fiz campeonatos do mundo de seniores, de juniores, campeonatos da Europa, já fiz treze vezes o Torneio de Paris que é uma prova muito forte”.

Em Atenas, Carlos Duarte espera poder arbitrar uma final. Os combates que irá ajuizar dependem do sorteio. Carlos Duarte é árbitro internacional desde 1990 e da Federação Internacional de Judo (FIJ) desde 1996.

Ana Isabel Pereira