Pouco depois da meia-noite, o palco do Queimódromo portuense acolheu Manuela Azevedo e a sua banda. O público, que apesar das ameaças de chuva não arredou pé, escutou com atenção a nova aposta dos Clã. Em conferência de imprensa, a vocalista revelou os pormenores do álbum:

Uma aposta “arriscada”

Arriscamos porque apresentamos um alinhamento com seis músicas novas de um disco que só chegou às lojas na segunda-feira e que o público não conhecia bem.
O público estava com vontade de festejar, mas também com vontade de ouvir música nova, o que para nós foi bom. Fizemos bem em arriscar pois a receptividade foi muito boa.

«Rosa Carne»: “início de um ciclo”

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Este é um álbum bastante diferente do anterior, é uma “peça especial”. «Rosa Carne» é um disco com unidade a nível conceptual e estético.
A colaboração com outros músicos e escritores, como o Adolfo Lúxuria Canibal, marca o início de um novo ciclo e o desbravar de um território musical completamente diferente.

Um álbum feminino

O fascínio pelo universo feminino é um reflexo da música e dos próprios autores que colaboraram na composição. Talvez a música pedisse, de alguma forma, uma abordagem feminina.

Havia a vontade de fazer algo diferente, de explorar novas sonoridades. A produção não foi feita em estúdio o que nos libertou tempo e inspiração. «Rosa Carne» é um trabalho mais intimista e profundo.
As dificuldades surgiram sobretudo ao nível da selecção, é necessário distinguir o que é lixo.

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Reflexos de Mão Morta

«Rosa Carne» é cru, directo, “na carne”. Tem algo de sexual, descarado, que fica bem no disco.

Ter Adolfo Luxúria Canibal em palco é um privilégio. Admiramos o trabalho dos Mão Morta, o elaborado romantismo entrelaçado com as paredes de guitarra resulta numa boa sonoridade.

Fomos à procura disso e resultou muito bem., apesar da disparidade de universos. Quando subimos ao palco para cantar o «Crime Passional» sentimos que a música é nossa, as canções cabem na nossa pele.

Carla Gonçalves

Manuel Jorge Bento