Um conjunto de criadores ligados às artes da imagem equipados com máquinas fotográficas Lomo. E um tema: o futebol. O resultado é “Fute.Lomo”, uma exposição com organização da Embaixada Lomográfica do Porto. As fotografias podem ser apreciadas nas lojas do edifício Artes em Partes, onde a Embaixada se encontra, no Teatro Rivoli e no Fórum Fnac do Norte-Shopping, até ao dia 30 deste mês.

Rui Pinheiro (fotógrafo), Renata Sancho (cineasta), Olga Roriz (coreógrafa), Jaime Garcia (arquitecto) e Maria Gambina (estilista) são alguns dos nomes que foram convidados a pegar numa Lomo e a revelar a sua visão do futebol. Sem pagamento, apenas pela paixão de fotografar. Visões inevitavelmente diversas, mas sempre marcadas pela paixão à imagem e, em particular, ao espírito Lomo.

O culto Lomo

“Não penses, dispara apenas” é o lema da Lomografia. A Lomo tem 10 regras, mas a décima sintetiza o seu espírito: “Não te preocupes com quaisquer regras”. Muitos modelos não têm visor. Outros deixam passar a luz, tiram fotografias 3D, fazem sequências temporais. Fazem do erro e do aleatório estética. Nenhum modelo é igual ao outro. Eterno insatisfeito, eis o fanático Lomo, sempre à procura de mais uma máquina, de mais experiências. “É fotografia sem regras”, conclui Diana Ribeiro, da Embaixada Lomográfica do Porto.

”Quem gosta de Lomo é sempre fanático”, diz-nos Diana. A colaboradora está na Embaixada há dois meses, mas o “vício Lomo” já a levou a comprar duas máquinas. Tal como os outros aficionados, Diana está na Embaixada por paixão. A Lomografia substitui o conceito de loja pelo de embaixada. O objectivo “não é tanto vender o produto, mas divulgá-lo”, explica Diana. As receitas da Embaixada na venda de máquinas e material diverso são revertidas para a própria loja ou para financiar as exposições e divulgação da Lomografia.

Em 1982, a Lomo Kompact Automat foi inventada e pela sua eficácia passou a ser a máquina do povo soviético. Milhares de máquinas foram produzidas e vendidas. Um grupo de estudantes ocidentais descobriria a Lomo Kompact Automat em meados dos anos 90 e criou um novo estilo de fotografia experimental. Estava criada a lomografia, como a conhecemos hoje. Durante os últimos 10 anos, a Lomo ganhou adeptos e conta hoje com cerca de meio milhão de “lomógrafos”.

Pedro Rios