Esta é uma das conclusões apresentadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no que toca à caracterização da família em Portugal. Segundo o Instituto, a dimensão média da família nacional ronda os três elementos, um valor superior à média comunitária de 2,4 pessoas por família. No entanto, a dimensão da família tem vindo a diminuir. Entre 1991 e 2001 notou-se uma diminuição da dimensão média da família por todo o país, um decréscimo de 3,1 pessoas por família para 2,8. As regiões autónomas (3,3 pessoas por família) e a região norte (3,0) são as que apresentam os valores mais altos.

O peso relativo das famílias mais numerosas também diminuiu neste período, ao contrário do que aconteceu com o número de famílias com um a quatro elementos. Estas variações na dimensão das famílias tiveram consequências em termos de distribuição percentual. Assim, neste período de dez anos, apenas as famílias com um a três elementos aumentaram o seu valor relativo, embora as mais significativas continuem a ser as de dois elementos.

O número de famílias unipessoais aumentou, com o Algarve e Lisboa a registarem os valores mais elevados. Mas apesar do aumento, Portugal continua a ser dos países da União Europeia (de 15 estados-membros) com a mais baixa percentagem deste tipo de famílias.

Segundo o INE, durante o período inter-censitário de 1991 a 2001 o número de famílias com idosos aumentou e representam 32,6% do total de famílias. Destas, cerca de metade eram compostas apenas por idosos.

Em termos absolutos o número de casais com filhos aumentou neste período de tempo, mas, segundo o Instituto, a sua importância relativa em termos do total de núcleos familiares decresceu. Em oposição a dos núcleos de casais sem filhos aumentou.

Outra das conclusões apresentadas pelo INE revela que as “famílias reconstituídas são maioritariamente compostas por casais «de facto»”. Segundo o instituto, o aumento do número de divórcios tem contribuído para que quando se constitui uma nova família já existam filhos de um anterior relacionamento. Em 2001 estes núcleos familiares reconstituídos representavam 1,5% do total de núcleos familiares e correspondiam a 2,7% dos núcleos de casais com filhos.

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O INE mostra também que no período inter-censitário em causa o número de casamentos por mil habitantes diminuiu (de 7,2 para 5,7), mas, mesmo assim o país no ano 2000 apresentava a taxa de nupcialidade mais elevada da UE15. Paralelamente, a taxa de divórcios aumentou.

De acordo com o INE, entre 1991 e 2001, o Índice de Envelhecimento passou de 68 para 102 idosos por cada 100 jovens, o que revela que a população portuguesa está a envelhecer.

Andreia Parente

Fotos: INE