Jorge Sampaio esteve esta manhã na cerimónia da celebração do 30º aniversário da Associação dos Deficientes das Forças Armadas. Aos jornalistas que pediram um comentário sobre a presença da GNR no Iraque e sobre as posições do ministro da Administração Interna e de Durão Barroso, Jorge Sampaio afirmou: “não percebo qual foi a razão de tanta confusão.

A permanência das forças portuguesas no Iraque continuam dependentes das mesmas condições, ou seja da “posição desse novo governo (iraquiano) relativamente às questões de segurança” e da posição do mesmo face “às forças que serão necessárias para os ajudar e que pedidos é que fazem”, acrescentou o PR.

Esta já havia sido a posição assumida pelo presidente e corroborada por Durão Barroso quando este reafirmou ontem a “reavaliação da situação” da GNR no Iraque em Junho, tendo em conta “o pensamento das novas autoridades” desse país.

Mal entendido ou contradição?

Quando o ministro da Administração Interna (MAI), na terça-feira passada anunciou o envio de mais um contingente português para o Iraque em Julho, falou-se no imediato de uma desautorização à posição, por várias vezes assumida, por Jorge Sampaio.

A oposição foi unânime na exigência de explicações e demissões: do MAI e até do primeiro-ministro. Certo é que esta não é a primeira vez que Durão Barroso e Figueiredo Lopes tecem diferentes comentários face à mesma situação. No momento a situação mantém-se: a GNR continua no Iraque até 30 de Junho estando uma reavaliação da situação agendada para essa altura.

Em termos legais não há qualquer impedimento à continuação da GNR em solo Iraquiano. Isto porque a portaria de 15 de Julho que autorizou a deslocação do contingente diz que a duração da estadia é de seis meses “podendo ser prorrogada por iguais períodos”.

Liliana Filipa Silva