Os stocks não respondem ao aumento de procura e os países produtores querem aumentar exportações. Os preços subiram 25 por cento no último ano.

Este ano registou-se a maior subida de preços do petróleo desde 1990. Os preços subiram 25 por cento num ano. Esta madrugada, um barril de petróleo dos EUA chegou a ser cotado, na bolsa de Nova Iorque, em 41.17 dólares tendo fechado a 41.08 dólares. São os preços mais altos desde a invasão do Kuwait pelo Iraque em 1990.

Os governos e empresas mundiais estão preocupados com o efeito nocivo que o aumento dos custos da matéria prima está a ter nas suas economias. A OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), os países exportadores e importadores reúnem com frequência para encontrar uma solução.

Hoje começa a Cimeira Árabe sobre Energia. A Organização dos Países Arabes Exploradores de Petróleo vai discutir, até dia 17, entre outras, a questão das quotas de exploração do petróleo e dos stocks reduzidos face a uma procura crescente. No fim do Maio, em Amesterdão, e dia 3 de Junho, em Beirute, estão agendados forúns da OPEP para discutir as eventuais mudanças nas quotas de exportação.

A Arábia Saudita, o país com a maior produção e exportação de petróleo, propôs aumentar a sua produção por dia em 1, 5 milhões de barris. A OPEP vai considerar a proposta daquele produtor. Entretanto, o presidente, Purnomo Yusgiantoro, citado hoje pela BBC, afirma que já há países a produzir acima das quotas que lhes foram atribuidas. O Kuwait também é a favor de levantar as quotas de exportação para minimizar o problema da subida dos preços.
Já os pequenos produtores, como é o caso da Venezuela, opõem-se a uma decisão que beneficie só os grandes.

As razões do aumento de preços

A principal observação a fazer sobre a transformação do mercado petrolifero é a de que a procura aumentou, gorando qualquer previsão feita. Os EUA, o maior importador de petróleo, e a China, uma das economias que regista um crescimento rápido, são os países que registaram o maior consumo de petróleo. No caso dos EUA, a procura é fruto da retoma económica. A procura na China aumentou 20 por cento só no último ano.

A procura por si só não interfere tanto nos preços do petróleo, mas acontece que, em resultado das quotas de exploração, os stocks são reduzidos para responder ao ritmo de consumo que se gerou.

Em alguns países, acontece o contrário: a produção fica abaixo da quota permitida. A violência e a instabilidade política e social, sobretudo no Médio Oriente, dita uma produção insconstante. Os grandes consumidores mundiais de petróleo dependem dos países do Médio Oriente, onde os conflitos recentes semeiam o medo de uma interrupção nas exportações. Recentemente, a produção iraquiana foi mesmo cortada quando as instalações de produção foram sabotadas. Qualquer ataque deste tipo nas centrais produtoras da Arábia Saudita, o maior exportador, despoletaria uma crise no mercado mundial do petróleo.

Longe do Médio Oriente, países produtores como a Nigéria e a Venezuela estão igualmente em condições de abalar o mercado petrolifero por serem palco de tensões politicas.
A OPEP, que agrega cerca de metade das exportações a nível mundial, tenta manter os preços na fasquia que lhe convém, apesar do presidente Yusgiantoro dizer que é dificil neste momento a OPEP fazer valer algum preço.

A especulação no mercado petrolifero também é causa do aumento do preço deste combustivel.