A Federação Académica do Porto convocou uma greve de zelo nas cantinas do Campo Alegre e da faculdade de engenharia. A falta de qualidade da comida e o tempo perdido nas filas, são alguns dos problemas que levaram a esta greve.
Na cantina do Campo Alegre, os alunos desconheciam a existência e motivos desta greve.

À pergunta se concorda ou não com a greve a resposta vinha sempre acompanhada de outra pergunta. “Que greve de zelo?” pergunta Roberto Teixeira, estudante de Química. Depois de explicado o conteúdo da greve, o estudante lá vai dizendo o que pensa. “Concordo com a greve porque a cantina tem sempre muita gente e a comida podia ser melhor”.

A Sara estuda Direito e costuma almoçar nesta cantina que tem 220 lugares para um pólo universitário que conta com 10 mil estudantes. Quanto à greve, foi uma “surpresa” para a estudante. Ainda assim, esta iniciativa tem “fundamento porque há pouco espaço e há muitos alunos para o espaço que existe”.

Pedro Barrias, responsável pela comunicação da Federação Académica do Porto, explica que esta greve “não foi divulgada como as outras actividades para que os serviços sociais não dissessem que, o sucesso ou insucesso da iniciativa tinha que ver com a incitação à mobilização” e acrescenta que “os estudantes também tem problema de procurar informação”.

O objectivo desta iniciativa consistia, para além de “demonstrar que os serviços de acção social continuam a não dar resposta às necessidades dos estudantes” era também chamar a atenção da sociedade civil “para a questão das cantinas e sensibilizar para questões como a qualidade de instalações, de serviços, e a falta de quantidade na oferta desses serviços”, diz Pedro Barrias.

A data escolhida para esta greve não foi ao acaso. Hoje é o Dia Internacional de Luta pela Melhoria da Qualidade do Ensino Superior.

Vânia Cardoso