As gravuras rupestres são o achado mais recente de um concelho marcado pela presença da História. No entanto, esta descoberta remonta ao período mais antigo de todos os vestígios históricos de Foz Côa que já tinham sido encontrados.

Com a descoberta das gravuras nasceu também a polémica entre os apoiantes deste património e os que defendiam a construção da barragem do Côa – que já estava em andamento.
Cinco anos passados desde a inauguração do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC) a população em geral não se mostra satisfeita com a aposta nas gravuras. A posição da Câmara Municipal também é de descontentamento.

“Embarcar” numa visita às gravuras é também conhecer a região. Mas mais do que isso, é viajar até há 20 mil anos atrás, e inserir-se no contexto mágico do Paleolítico Superior.

A descoberta oficial destes achados dá-se em 1995. Contudo, há relatos de que já pastores e moleiros da região tinham descoberto algumas gravuras ao longo do século passado.
A avaliação da importância das gravuras do Vale do Côa faz-nos perceber o porquê da rápida consideração das gravuras, pela UNESCO, como Património Cultural da Humanidade.

O PAVC está a cargo da organização das visitas, da gerência e protecção do Vale do Côa. Desde a inauguração do Parque até hoje, a evolução do número de visitantes tem vindo a diminuir. Algo que fica a dever-se, em grande parte, a uma falta de aposta na divulgação.

Mas há mais para descobrir em Foz Côa. Contam-se também achados mais antigos (mas com datação mais recente) como o circuito romano de Freixo de Numão. Há ainda Castelos e Miradouros.

As outras atracções desta zona estão a cargo da “mãe natureza”, que prendou a área com recursos e belezas naturais únicos no país e até na Europa.
A quinzena da amendoeira em flor, de que Vila Nova de Foz Côa é a capital, já tem programa para este ano.
As Pedreiras do Poio são a única indústria do Côa, sendo também o único local de existência de xisto preto ao nível da Europa.

Letícia Amorim