Diga-se o que se disser, as juventudes partidárias são, inegavelmente, as mais prolíferas escolas de formação de políticos. A geração que hoje ocupa o poder é a dos jovens adeptos da democracia que deram forma ao Portugal pós-Revolução. Na altura, quase todos militavam na juventude de algum partido.

José Sócrates, actual líder do Partido Socialista, começou por engrossar as fileiras da Juventude Social Democrata, entre 1974 e 1975. Depois de se decepcionar com a matriz pouco liberal do partido, ingressou no PS, onde começou uma escalada que, há meses atrás, o levaria ao topo da estrutura.

“Enfant terrible” do partido da rosa, Sérgio Sousa Pinto liderou durante seis anos (1994-2000) a Juventude Socialista. Agora, é eurodeputado e homem forte do secretário-geral do partido, José Sócrates. A sua sucessora nas hostes jovens dos socialistas, Jamila Madeira, segui-lhe as pisadas no Parlamento Europeu.

Arons de Carvalho, deputado do PS à Assembleia da República, tem um passado político fortemente ligado à Juventude Socialista: foi um dos fundadores da Partido e da Juventude Socialista, em 1973, secretário-coordenador da JS entre 1974 e 1978, e presidente da Comissão de Controlo da União Internacional das Juventudes Socialistas (1975-1977).

António José Seguro encarna na perfeição o estereótipo do militante de uma juventude partidária que vai ultrapassando obstáculos até chegar a um cargo de relevo no partido. É actualmente líder parlamentar do PS, mas foi à custa de muito trabalho em associações de juventude que ascendeu à Assembleia da República. Entre 1985 e 1990, foi presidente do Conselho Nacional de Juventude (plataforma composta por todas as organizações nacionais de juventude: partidárias, sindicais, escutismo, sociais, católicas, entre outras, de 1985 a 1990).
De 1989 a 1993, lidera também o Fórum da Juventude das Comunidades Europeias (estrutura máxima que representa todas as organizações europeias de juventude). Segue-se a vice-presidância da União Internacional dos Jovens Socialistas, em 1993. Entretanto, em 1990, havia-se tornado, como era de prever, secretário-geral da Juventude Socialista, cargo que exerceu durante 4 anos.

Carlos César, presidente do Governo Regional dos Açores, aderiu às Juventude Socialista dos Açores um mês após a queda do Estado Novo. No dia 26 de Abril de 1974, havia fundado a Associação de Estudantes do Liceu Antero de Quental. Após a iniciação na “jota” socialista, tornou-se membro do primeiro Secretariado eleito da Secção de Ponta Delgada do Partido Socialista e da delegação dos Açores ao I Congresso Nacional do PS na legalidade e ao I Congresso Nacional da JS. Até 1980, foi coordenador nacional da JS para o ensino superior. Daí para a frente, a história é conhecida.

Manuel Monteiro, líder do recém-criado Partido da Nova Democracia, também chegou cedo à Juventude Centrista. Entra como vogal, mas de 1985 e 1990, o cargo de secretário-geral da estrutura é seu, e só o abandona para se tornar líder dos “seniores” populares.

Guilherme de Oliveira Martins é mais conhecido como ministro das Finanças e da Educação do Governo socialista de Guterres, mas foi na JSD que iniciou a vida política. Foi um dos fundadores da “jota” social-democrata e era conhecido pela sua militância activa.

Andreia C. Faria