Formação cívica, defesa dos direitos dos jovens e promoção da ideologia dos partidos são as bandeiras comuns das diferentes juventudes partidárias.
Os estatutos destacam a participação cívica e a interacção social. Uma observação atenta revela que as juventudes partidárias são estruturas bem organizadas e relativamente fechadas ao exterior, onde o espírito de grupo é forte e a defesa da ideologia partidária uma luta constante.

Como se financiam

Assumindo autonomia de organização e funcionamento, as “jotas” seguem à risca a matriz ideológica dos partidos a que estão afectas. Além disso, em termos financeiros, é muito difícil manterem-se viáveis sem a ajuda da “casa mãe”.

Como explica Fernando Bravo, secretário-geral da JSD-Porto, as “jotas” são autónomas, mas não independentes. “Não temos muitos fundos do partido e é preciso muita imaginação para os conseguirmos”, diz.

Sendo a JSD a mais forte e influente juventude partidária nacional, supõe-se que a dependência das outras “jotas” relativamente aos partidos seja igual ou maior.
As estruturas de juventude estão sujeitas à Lei de Financiamento dos Partidos.
Para “fintar” os obstáculos ao financiamento, organizam-se comícios, festas, debates e convívios, onde, em paralelo com a acção política, se recolhem fundos.

Como funcionam

Juventude Popular

Na base desta estrutura estão os núcleos, organizações locais (lugares, aldeias, freguesias) que definem estratégias de acção na zona.
Seguem-se-lhes as comissões políticas concelhias, que coordenam os núcleos e definem estratégias a nível de todo o concelho.
O Congresso é um encontro nacional de representantes de todos os núcleos em que são traçados os estatutos e as linhas de acção a nível nacional.
No topo da pirâmide estão o secretário-geral e o presidente.

Juventude Social-Democrata

Os núcleos residenciais reúnem a nível local os militantes da JSD.
Conselhos regionais e distritais definem estratégias de acção para as regiões e os distritos.
A nível nacional, há o conselho nacional e comissão política nacional.
Do Congresso saem as linhas orientadoras da estrutura.
À cabeça da JSD está o secretário-geral.

Juventude Comunista

A estrutura da Juventude Comunista é muito semelhante à do partido, com uma única diferença: não tem um secretário-geral.

O órgão máximo da estrutura é o Congresso, que reúne de 3 em 3 anos (o último foi em 2002) para definir a orientação política, aprovar os estatutos da estrutura e eleger a direcção nacional.

A direcção nacional é o órgão máximo entre congressos e elege dois organismos executivos, a comissão política e o secretariado.

A comissão política tem por função definir a orientação política da Juventude Comunista, enquanto o secretariado trata das questões de fundos e de património da estrutura.

A nível regional, o órgão máximo é o encontro regional, que reúne todos os militantes a nível local e define a orientação política para as questões directamente afectas à região. Daqui sai a comissão regional, organismo executivo que agiliza os trabalhos da Juventude na região.

Na base hierárquica da estrutura, encontram-se os colectivos locais (escolas, fábricas, etc.) e as comissões concelhias, que coordenam os trabalhos dos Colectivos.

A prioridade da Juventude Comunista é formar colectivos de faculdade, de escola, de fábrica, de onde depois emanam todos os órgãos superiores da hierarquia.

Juventude Socialista

A nível local, a JS organiza-se por núcleos, incorporados em secretariado, comissão política concelhia e assembleia-geral de militantes da concelhia.
Há depois órgãos a nível federativo e nacional, responsáveis por definir as directrizes entre congressos.
O Congresso, como em todas as estruturas jovens dos partidos, define as estratégias a nível nacional. A JS é dirigida por um secretário-geral.

Como falam

As juventudes partidárias têm órgãos de comunicação afectos às suas cores. Os mais recentes passam pela Internet. Com um design mais arrojado do que os sites oficiais dos partidos, as “jotas” disponibilizam mailing-lists, notícias constantes sobre as suas actividades, panfletos e documentos.

Tanto Fernando Bravo, da JSD, como João Torres, da JS, confirmaram a “grande aposta nos sites da Internet”, feitos a pensar especialmente nos mais jovens e no meio mais eficaz de lhes levar a mensagem.

Mas as juventudes partidárias têm também jornais oficiais, disponibilizados online pelos sítios oficiais da Internet – Jovem Socialista (JS), A Nação (JP), Contacto (JSD) – ou, no caso da JCP, com notícias integradas no sítio oficial.

Como actuam

A nível interno, as “jotas” vivem de debates e convívios, em que definem as estratégias para a região onde se inserem e redigem propostas de acção destinadas aos órgãos nacionais das estruturas.
Fora das sedes são principalmente os jovens e os estudantes quem as vê em acção: jantares, debates, conferências, comícios, eventos desportivos, panfletos, jornais e sites da Internet são as estratégias mais usadas para interagirem com a sociedade.

Andreia C. Faria