É alegria e entusiasmo que se notam nas expressões de quem escolheu um país que não o seu para dar seguimento a mais uma fase da sua vida, os estudos superiores.

Joana Correia e Diana Kruma são dois exemplos de quem viu a saída do seu meio, a escolha de um novo ambiente, como a melhor forma de enriquecer a sua experiência. Uma é portuguesa e escolheu Espanha para complementar o currículo, a outra é letã e veio para Portugal seguir os estudos que havia iniciado na sua terra natal. Para ambas, a experiência é, por si só, uma verdadeira escola de vida, e sobrepõe-se em importância a qualquer necessidade de equivalência entre disciplinas dos cursos que frequentam.

Uma das principais dificuldades que apontam à experiência é a língua. Para Joana, quem se prepara para integrar o programa Erasmus num país onde não domina a língua, deve prevenir eventuais dificuldades com um curso específico. A viagem deve ser pensada com antecedência, e a questão da língua deve ser primordial nessa preparação, sendo que deve ser tida em conta a opção por fazer um curso intensivo da língua do país para onde se desloca.

A questão da língua é também essencial para Maria Elisa Cerveira, responsável pelo programa Erasmus no departamento de Ciências e Técnicas do Património da Faculdade de Letras do Porto. As dificuldades de comunicação são muitas vezes responsáveis pela inadaptação dos alunos ao país para onde se deslocaram, e devem “ser prevenidas com antecedência”, bem antes do início da “aventura”. Os alunos que preparam uma deslocação para um país estrangeiro devem “frequentar cursos intensivos da língua do país para onde se vão deslocar, de modo a obterem todo o proveito que a experiência proporciona”.

Para muitos estudantes, entre os quais as duas alunas com quem falamos, as saudades são o elemento mais difícil de suportar em toda a experiência. As saudades daqueles que ficam na terra Natal apertam, sobretudo quando a distância não permite umas “fugidinhas” até casa.
Aparentemente, a segunda pior parte do programa Erasmus é o regresso. Mas esse ainda está longe e, para já, ninguém pensa nisso. Veremos daqui a seis meses…

Ricardo Bastos