A primeira viagem do maior transatlântico construído até então, acabou por ser também a última.

A história do Titanic é sobejamente conhecida. Mas vale sempre a pena relembrá-la, em memória dos que pereceram naquele que era considerado o maior feito de uma era de prosperidade.

A concepção e construção

A “White Star Line”, empresa responsável pela construção do Titanic, decidiu, numa época de crescente competitividade, apostar no tamanho, elegância e conforto dos navios, em vez da velocidade. Bruce Ismay e James Pierre conceberam um “triunvirato” de navios que seriam os “governantes” dos mares. Os nomes escolhidos para os primeiros dois, Olympic e Titanic, queriam dar uma ideia de força e de grandeza.

Foi preciso cerca de um ano para conceber o projecto dos dois navios. O Titanic começou a ser construído em Março de 1909. Durante os dois anos da construção do navio, em Belfast, na Irlanda, foi lançada uma grande campanha de publicidade e até se venderam bilhetes para assistir ao seu baptismo. O Titanic era já uma “lenda” antes de ser lançado ao mar.

O navio

O Titanic era um colosso. Tinha 270 metros de comprimento, 28 de largura, 31 de altura (o equivalente a cinco andares) e pesava 40 mil toneladas. As quatro chaminés davam também um ar da sua grandeza. Enfim… era o maior objecto móvel alguma vez construído pelo Homem até à época.

O transatlântico era constituído por um casco duplo composto de placas de aço de uma polegada. Tinha 16 compartimentos com portas reforçadas que isolariam a água uma vez inundados, mas que se revelaram insuficientes, face à gravidade do acidente. Era considerado um navio “inafundável”.

As acomodações eram também um dos principais factores da sua grandeza. Havia luz eléctrica e aquecimento em todos as cabines, elevadores eléctricos, uma piscina, um campo de squash, banhos turcos, um ginásio, uma capela e duas bibliotecas. As acomodações de primeira classe eram melhores do que em alguns dos melhores hóteis da época e as de terceira não tinham comparação a outros navios de então.

Luis André Florindo