Como é que um gigante dos mares pôde sucumbir nas águas do Atlântico Norte?

Os historiadores têm sido capazes de reconstruir os eventos que conduziram ao afundamento do Titanic. As suas conclusões explicam a catástrofe.

Condições atmosféricas desfavoráveis

No Inverno de 1912, o desprendimento de icebergs na área da Gronelândia foi intenso, deslocando-se para latitudes mais a sul do que era habitual.
O mar estava também bastante calmo, o que dificultava o avistamento dos blocos de gelo.

Defeitos de concepção e de construção

A capacidade dos barcos salva-vidas era insuficiente para o número de pessoas a bordo. Havia 20 botes que podiam comportar 1.178 pessoas e a bordo seguiam 2.201.
As comportas que separavam os diferentes compartimentos não eram suficientemente altas para suster as àguas.
A área em que ocorreu a divisão do barco em duas partes era demasiado fraca.
O aço usado na construção do casco do navio (25.4mm de espessura) era de pouca qualidade e pouco resistente a temperaturas baixas.

Navegação arriscada

A velocidade a que o navio seguia, cerca de 42 km/h, era demasiado elevada para uma zona considerada perigosa. Àquela velocidade, um navio com 270 metros de comprimento e com 40 mil toneladas necessitava de, pelo menos, 500 metros para se desviar e de 1.500 metros para parar por completo.

Erros e descuidos da tripulação

Os operadores de rádio não reportaram a tempo aos oficiais todas as mensagens que chegavam sobre o avistamento de icebergs.
O marinheiro de vigia na ponte não tinha binóculos.
A gravidade da colisão do iceberg foi subestimada e, por isso, os primeiros salva-vidas a sair do navio iam praticamente vazios.
Algumas das portas que davam acesso às instalações de terceira classe estavam fechadas e algumas das passagens estavam guardadas por membros da tripulação.
A maior parte do pessoal a bordo foi contratada pouco antes da partida do navio e tinha uma formação pouco adequada.

Luis André Florindo