O teatro na Grécia Antiga

Considerando o teatro como a arte de representar em palco, envolvendo a despersonificação do actor, então o teatro começa com Thespis. Sobre ele, conhece-se muito pouco; não se sabe se seria um escritor, um actor ou um padre.
As tragédias eram em honra do deus Dionisius, deus da fertilidade e do vinho,

O teatro grego desenrolava-se em largos espaços, que podiam albergar 20.000 pessoas e tinham a forma de anfiteatro. As peças de teatro tinham um coro e eram a maior parte do tempo cantadas.

Os actores e o coro usavam máscaras. As máscaras do coro eram similares entre si, mas totalmente diferentes das dos actores. Uma vez que as peças tinham um número muito limitado de actores, diferentes máscaras significavam diferentes personagens, havendo assim um maior número de papéis. Os actores eram todos do sexo masculino e a máscara era necessária também para que se pudesse interpretar papéis femininos.

O drama grego foi desenvolvido e inovado por cinco escritores diferentes em 200 anos após Thespis. O primeiro deles foi Aeschylus (525 – 456 a.C.) que introduziu o conceito de um segundo actor, expandindo as possibilidades de interacção de duas personagens nos dramas. No entanto, foi só Sófocles (496 – 406 a.C.) que introduziu um terceiro actor, reduzindo também a importância do coro e dando mais relevância à teia do drama e à interacção das personagens. Euripides (480 – 406 a.C.) foi aquele que apurou o drama e o transformou naquilo que conhecemos hoje em dia, dando uma aproximação mais humana e realística aos seus trabalhos.

Os dois últimos escritores foram Aristofanes (448 – 380 a.C.) e Menander (342 – 292 a.C.), que escreviam comédias, também dedicadas a Dionisius. No entanto, as comédias dependem sempre de um tempo e de uma época, sendo mais difícil de resistirem ao tempo do que as tragédias, que mais facilmente prevalecem, uma vez que falam de temas universais.
No entanto, na época do declínio grego, houve um maior apelo para a comédia, uma vez que esta é um escape para as frustrações de uma sociedade, bem como um divertimento de massas. Encontramos aqui o papel importante que o teatro tinha na sociedade.

O teatro romano

O declínio da sociedade grega coincide com o florescer do Império Romano.
Os romanos foram buscar o teatro aos gregos. O teatro tomou duas formas: a Fabula Palliata e a Fabula Togata.

A Fabula Palliata consistia em peças gregas traduzidas para Latim. Este termo abrange também as peças romanas baseadas em peças gregas.

A Fabula Togatta é de origem romana e os temas eram farsas e situações de humor de origem física. O autor que melhor ilustra estes dramas é Platus (250 – 184 a.C.).

Neste período, o teatro romano degenerou em espectáculos obscenos e brutais (tal como espectáculos de gladiadores, que conhecemos bem de filmes de Hollywood), talvez como reflexão de uma sociedade. Peças de conteúdos mais sérios também eram escritas, não para serem encenadas, mas sim lidas ou recitadas.

No entanto, o impacto que o teatro romano causou na Igreja não foi bom. A tendência para comédias de baixo nível, associadas ao entretenimento de arena (e também ao martírio dos primeiros cristãos), contribuiu para a desaprovação deste tipo de espectáculos, que acabaram por desaparecer.

O teatro medieval

No século IX, o drama voltou aos palcos, mas desta vez na Igreja. Normalmente, eram histórias bíblicas que eram representadas por padres.
Estas representações na Igreja eram uma forma de estabelecer uma ligação com a comunidade, uma comunidade ainda assente em rituais e superstições pagãos. Assim, a Igreja utilizou-se do drama de modo a ilustrar as histórias bíblicas; histórias que explicavam as festas católicas (que antes haviam sido festas pagãs) e reforçava a sua conotação religiosa, conseguindo comunicar melhor com uma congregação maioritariamente iletrada. O teatro estava, portanto, ao serviço da ideologia da Igreja.

É irónico pensar que tenha sido a Igreja a acabar com o teatro e, ao mesmo tempo, o tenha mantido vivo ao longo dos anos.

A popularidade dos dramas começou a crescer, passando das igrejas para o ar livre, mas normalmente em frente às igrejas.

O teatro contemporâneo

Actualmente, o teatro faz-se em espaços próprios para esta actividade e que, regra geral, têm o mesmo nome – teatros.

Gina Macedo