Um terço das empresas prefere recrutar licenciados da Faculdade de Economia do Porto. Porém, as entidades empregadoras consideram que a formação na FEP é demasiadamente teórica e pouco adaptada ao mercado de trabalho. São as principais conclusões de um estudo da FEP Junior Consulting, apresentado ontem no âmbito da feira “Porto de Emprego”, que termina depois de amanhã.

A empresa “junior” da FEP questionou 46 empresas, entre as quais o Barclays, a Deloitte, a Tranquilidade e a Sonaecom. Boa preparação académica, persistência e capacidade de resolver problemas foram as principais qualidades atribuídas aos ex-alunos da FEP. Por outro lado, as empresas consideram a formação na FEP pouco adequada ao mercado de trabalho. Mesmo assim, 33,3% dos inquiridos diz que a FEP oferece a melhor formação, contra 19,4% que refere a Universidade Católica.

“Os colegas da FEP são muito empregados e pouco empreendedores”, opina Adelino Mendes, ex-licenciado da FEP e actualmente director de recursos humanos do Banco Best.

Empresas como partes interessadas das universidades

Álvaro Aguiar, docente da FEP, considera que é necessário cautela ao analisar estes dados, já que boa parte dos inquiridos actuam na região Norte, a área de influência por natureza da faculdade.

“A universidade precisa de saber as necessidades das empresas e as empresas têm de saber o que a universidade tem para oferecer”, defendeu. Para o docente, é “necessário completar a formação de banda larga” com novas competências. Álvaro Aguiar sugere o incentivo aos estágios de Verão durante a licenciatura. Para tal, defende que as aulas deveriam terminar mais cedo.

Pedro Rios