Dez anos depois do seu último romance, Gabriel García Márquez escreve “Memórias das minhas putas tristes” que será editado em Portugal a 18 de Março com uma primeira edição de 60.000 exemplares.

“Será uma das maiores primeiras edições de sempre de um autor estrangeiro no mercado nacional”, adianta ao Portugal Diário fonte das Publicações Dom Quixote, responsável pela edição portuguesa.

“Memórias das minhas putas tristes” já terá vendido um milhão de livros em Espanha e espera-se um sucesso de igual proporção em Portugal.

A atribuição do Prémio Nobel da Literatura a García Márquez em 1982 representou para o autor, não apenas a sua consagração internacional, mas também a de toda a literatura americana em língua castelhana.

O mundo como arte

Nascido em Ataraca em 1928, parte para Bogotá para estudar Direito, onde começa a publicar na década de 40. Trabalha como jornalista na Europa e é em 1955 que publica o seu primeiro romance, “O enterro do diabo”.

Entre os seus romances e contos estão “Cem anos de solidão” (1967), “Diário de um Náufrago” (1971), “Amor nos Tempos do Cólera” (1985).

Gabriel García Márquez é o principal representante do “realismo fantástico” que pode ser entendido como a descoberta de uma ficção simultaneamente simples e mágica, onde se entrecruzam as mais duras realidades sociais envolvidas numa ambiência profusamente onírica. É um mundo crú apresentado como arte. Uma forma de escrever e de compreender o mundo original que faz de García Márquez um marco na literatura contemporânea.

Mariana Teixeira Santos