Era uma vez uma jovem chamada Helena Oliva, estudante de Turismo no Instituto Superior de Administração e Gestão, no Porto. Um dia, em Janeiro de 1991, a jovem depara-se com anúncio a pedir colaboradores para as relações públicas do Fantasporto, festival de cinema então na sua 11ª edição. Curiosa, Helena decide então ir à entrevista, por achar que podia estar ali uma oportunidade “divertida”. É que o cinema fantástico nem fazia muito o seu género.

Era assim, em jeito de fábula, que podia começar a narração de uma história que já tem catorze anos. É verdade, a jovem Helena acabou por se manter como colaboradora do “Fantas” até hoje. Agora com 37 anos, Helena Oliva tira todos os anos férias do seu emprego habitual, no aeroporto do Porto, para passar cerca de 15 dias a colaborar com o “Fantas”.

Mas não se pense que a história de Helena foi um conto de fadas, porque o começo nem foi nada famoso. Logo de início, Helena estranhou a “informalidade” da entrevista com o director do festival, Mário Dorminsky. Ouviu-o falar de “ir buscar os convidados ao aeroporto, acompanhá-los, ajudá-los no que for preciso”. Mas não ficou muito convencida. Hoje, Helena Oliva gosta muito do ambiente do “Fantas” e admite continuar, mesmo que não lhe possam pagar. “A generalidade das pessoas fica a gostar da cidade. Geralmente levam uma ideia diferente daquela que trazem, porque pensam à partida que é uma cidade pouco desenvolvida”, conta Helena.

Uma paixão recente

A ligação de Nuno Oliveira ao festival é mais recente. Nuno colabora com o “Fantas” há 4 anos. Um mês antes do festival instala-se no escritório da Cinema Novo e ocupa-se das relações internacionais, preparando as chegadas e partidas dos convidados.

Nuno é talvez o mais divertido dos elementos do “staff”. Mesmo com quatro horas diárias de sono, orientou as equipas de voluntários durante duas semanas. A experiência com os convidados estrangeiros leva-o a concordar com Helena Oliva: “Muitos convidados pensam que vêm para o terceiro mundo, mas depois encontram uma cidade desenvolvida. Ficam intrigados por ser uma cidade antiga, com muita história. Ficam apaixonados”, diz Nuno.

A experiência que mais o marcou no festival foi acompanhar Danny Boyle, que queria visitar a cidade, rejeitando as actividades protocolares. Este ano terá sido para Nuno a sua melhor experiência no festival: “O ambiente estava melhor, os convidados eram excelentes, havia uma grande empatia”.

João Pedro Barros
Carina Branco