Já é possível identificar doentes que no futuro desenvolverão tumores. Os avanços registados nas áreas da medicina molecular e da genética foram debatidos na primeira reunião do grupo de patologia endócrina do Hospital de S. João.

A tiroidectomia profiláctica, uma cirurgia em que se remove o tecido ou área que no futuro desenvolverá um tumor, é cada vez mais vista como método a utilizar na prevenção do cancro da tiróide. Este é um campo que tem vindo a ser investigado em Portugal e por portugueses inseridos em projectos europeus.

Mas estas cirurgias devem ser sempre realizadas em “centros de referência, centros especializados, para que os doentes sejam tratados da melhor maneira”, salienta Manuel Cardoso de Oliveira, um dos organizadores deste congresso, que conta também com a colaboração de Paula Soares e Manuel Sobrinho Simões.

Organizado pelo Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), em colaboração com o grupo de patologia endócrina do Hospital de S. João e a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, este congresso continua amanhã. Serão apresentados e discutidos os resultados de investigações sobre o cancro da tiróide, salientando-se alguns trabalhos portugueses na área da biologia molecular.

A tiróide, uma glândula localizada na base do pescoço, imediatamente abaixo da “maçã de Adão”, produz, armazena e liberta para a corrente sanguínea as hormonas tiroideias, que regulam o metabolismo corporal e o funcionamento dos órgãos.

O cancro da tiróide afecta todos os anos cerca de 500 portugueses, a maioria dos quais mulheres, cuja taxa de sobrevivência não ultrapassa os 25%.

Sofia Parente Ribeiro