Como se lê na Merzbau.tk, Merzbau era o nome de uma obra plástica de um autor alemão chamado Kurt Schwitters. Esta obra estava em casa do artista e era alvo de uma mutação constante, através da acção do próprio Schwitters mas também de vários artistas amigos seus que tinham a liberdade de acrescentar ou retirar o que quisessem à construção tornando esse projecto um projecto global e em constante crescimento.

A Merzbau surgiu em meados de 2000, no formato “webzine”. Depois, a Merzbau tornou-se um site de apoio a bandas nacionais e organizou o primeiro festival Merzrocks. Recentemente, surgiu a ideia da netlabel.

Uma olhadela mais atenta à Merzbau denuncia a juventude do projecto. Com um só EP lançado “Loving in July, Dying in August” dos Jesus, The Misunderstood, um disco de pop-rock facção indie, gravado em casa.

Tiago Sousa da Merzbau diz que os objectivos da editora passam “por poder contribuir para trazer à luz do dia novos nomes e novos trabalhos que, por uma razão ou outra, não querem estar dependentes das regras da indústria musical”.

Na Merzbau torna-se tudo muito familiar. A selecção e contacto com os artistas é um passa-palavra entre amigos e conhecidos. “É tudo muito espontâneo. Não temos propriamente uma metodologia – vamo-nos cruzando com ideias e pessoas interessantes”, confessa Tiago Sousa.

Numa altura em que o formato netlabel está ainda em expansão, a Merzbau vai crescendo com novas edições que se avizinham: Goodbye Toulouse e Arnold Layne.

Mariana Teixeira Santos