Os atletas que participam nos jogos paralímpicos são depois esquecidos. É a opinião do presidente da Associação Nacional de Desporto para a Paralisia Cerebral (PCAND), Joaquim Viegas, que considera que os média lembram-se dos atletas deficientes apenas nos jogos paralímpicos e não dão destaque a outras provas nacionais e internacionais de prestígio.

A prática de desporto para deficientes realiza-se entre duas modalidades: as paralímpicas e as não paralímpicas. Nas modalidades paralimpicas, como o boccia e o atletismo para cegos, “Portugal, devido à excelência dos resultados que tem vindo a atingir, é considerado uma potência e os nossos atletas são muito conhecidos e respeitados”, afirma Joaquim Viegas.

“Nas restantes modalidades, somos menos conhecidos. Somos um país periférico, pouco publicitado e pouco conhecido”, menciona o presidente da PCAND.

São necessárias melhores condições de trabalho

Para melhorar as condições de trabalho destes atletas, Joaquim Viegas considera importante “que os clubes desportivos passem a aceitar mais atletas com deficiência e se preocupem verdadeiramente com eles, que o governo, através do Instituto de Desporto de Portugal (IDP), mais do que apoio financeiro, promova a formação e conceda a mobilização de técnicos para a Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes (FPDD) e para as associações nacionais. O maior problema é a falta de atletas na base da pirâmide. Há que encontrar formas de promoção da prática desportiva para jovens com deficiência”.

Pedro Sales Dias