Um dos mais prestigiados festivais de música progressiva do mundo está de volta. A edição deste ano do Gouveia Art Rock (GAR) está agendada para 9 e 10 de Abril e, tal como nos festivais anteriores, terá lugar no Teatro-Cine de Gouveia, resultando da colaboração entre a Câmara Municipal de Gouveia e a associação cultural, Portugal Progressivo. O objectivo é superar o êxito das edições anteriores.

O cartaz deste ano integra nomes como os italianos The Watch, os britânicos Arena, ou os belgas Univers Zéro, que têm a responsabilidade de fechar o festival. Está ainda prevista uma pequena exposição bibliográfica intitulada Progressivo em Livros, uma conferência por especialistas reputados e o lançamento do DVD do concerto de 2004.

Progressistas de todo o mundo

Para os catalães Amarok, com a sua vivacidade e alegria contagiantes, está reservada a tarefa de abrir o festival, usando todos os argumentos que o seu folk progressivo misturado, numa base sinfónica, com múltiplas influências étnicas, como a árabe, a sefardita e a céltica permite.

Os americanos French TV trazem consigo o seu habitual sentido crítico da vida pública americana, numa época em que George W. Bush parece querer “fazer as pazes” com a Europa, aliado a uma irreverência e ironia que saltam das suas músicas de estrutura pensada, mas, ao mesmo tempo, caótica e imprevisível, bem ao estilo do mestre Frank Zappa. No final da sua digressão europeia, os French TV trazem ao palco do Teatro-Cine de Gouveia, para além do fundador da banda, o baixista Mike Sary, o baterista Jeff Gard, o guitarrista e violinista Chris Smith, o teclista Paolo Botta, e como músico convidado, o suíço Markus Stauss, nos sopros.

Quem apreciar o revivalismo do anos 70 ficará, por certo, satisfeito em saber que os italianos The Watch também estarão presentes no palco do GAR. A banda de Simone Rossetti é conhecida por apresentar em palco encenações próximas daquelas que Peter Gabriel concebia para os Genesis durante os anos 70, incluindo o recurso à utilização de máscaras e guarda-roupa, para além de também musicalmente possuírem semelhanças inequívocas. Irão acompanhar Rossetti (voz, percussões e flauta), Ettore Salati (guitarra), Roberto Leone (bateria), Marco Schembri (baixo) e Sergio Taglioni (teclas).

Aos Univers Zéro cabe a honra de encerrar o festival com um espectáculo multimédia criado por Phillippe Seynaeve que se juntará ao estilo de rock de câmara muito dinâmico, obscuro e influenciado pela música erudita do século XX. Os belgas, formados em 1974, contam no seu historial com nove álbuns, muitos dos quais considerados autênticos marcos do progressivo mais vanguardista. Para este festival contam na sua composição com Daniel Denis (fundador dos Univers Zéro e ex-Magma) na bateria, Michel Berckmans (Von Zamla, Aksak Maboul, Julverne) no fagote, Eric Plantain no baixo, Martin Lauwers no violino, Kurt Bud no clarinete e Peter Venderberghe responsável pelos teclados.

A representação portuguesa estará a cargo dos Trape-Zape, banda lisboeta de música de fusão, formada em 1999 por Fernando Guiomar (guitarrista que se apresentou na edição anterior do GAR a solo), Vasco Sousa (contrabaixo) e João Luís Lobo (percussão). Aos Trape-Zape junta-se, para o GAR, o flautista e teclista José Manuel David dos Gaiteiros de Lisboa.

Daniel Brandão