Cabeças partidas, tosse, fracturas nas pernas, asma, dores de barriga. São estes alguns dos problemas dos pacientes que têm enchido ultimamente o Hospital de Santo António do Porto. Os doentes não são de carne e osso, mas a consulta tem direito a médicos a sério. Os alunos envolvidos no projecto vêm do Instituto de Ciência Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e estão no “Hospital dos pequeninos” vai para 3 anos.

Teresa Ramôa, uma das responsáveis pela equipa médica que todos os dias atende centenas de crianças, fala da ideia das consultas em ponto pequeno “que tiveram origem a nível europeu, na EMSA, que é uma associação internacional de estudantes de medicina. A partir daí surgiram convites a diversas associações de estudantes de vários países, incluindo Portugal”.

Com uma semana a brincar aos médicos, em que cada criança leva o boneco preferido ao “senhor doutor”, pretende-se que desapareça entre os mais pequenos o medo das batas brancas e o pavor das vacinas.

Este ano o contacto com os Jardins de Infância foi feito através da Direcção Regional de Educação do Norte. Erminda Melo Magalhães trouxe as crianças do Jardim de Infância de Valongo, onde é Educadora e contou ao JPN como foi a primeira reacção à ida ao Santo António: “Alguns ficaram um bocado baralhados, mas hoje estavam todos no Jardim de Infância às oito e meia em ponto”.

Antes do dia D da consulta no hospital, as crianças tiveram que preencher uma ficha com o desenho do boneco, o nome e a doença que o boneco tinha. “O esquema do boneco foi óptimo para explicar o esquema corporal humano e as doenças que eles escolheram para o boneco são as doenças que eles costumam ter, tosse, diarreia, vómitos” explicou Erminda Magalhães.

O “Hospital dos pequeninos” realiza-se apenas uma vez por ano, mas o seu sucesso é tal que este ano já lá passaram centenas de crianças. No entanto, uma segunda edição está quase fora de questão, como disse Teresa Ramôa: “ Outra semana, para já não, porque é uma iniciativa que dá muito trabalho e exige muito dinheiro, mas no futuro, quem sabe”. As despesas com o “Hospital dos pequeninos” passam pela oferta de um boneco às crianças que não trouxeram nenhum de casa e pelo um lanchinho que é distribuido no fim da consulta, para comer durante a viagem de regresso a casa.

Bruna Pereira