O ano lectivo de 2001/2002 foi o ano “de baptismo do núcleo” de Sociologia: deram-lhe o nome de GES-FLUP (grupo de estudantes de Sociologia da FLUP), um grupo pequeno mas dinâmico. Para além de sessões de cinema constantes ao longo do ano, editam uma revista (a “Gestos”) e têm a seu cargo as noites de Sociologia, que já vão na 14ª edição.
O representante do grupo João Queirós justifica esta dinâmica com a reduzida dimensão do curso de Sociologia: “o curso teve sempre essa dinâmica de participação dos estudantes, talvez por ser um curso pequeno”. E salienta também a a abertura que caracteriza o departamento que sempre terá tido “uma grande abertura, tanto em termos logísticos e de financiamento de algumas actividades, como na própria dinamização activa das coisas”. “Fazemos questão de ter em cada número da revista um artigo escrito por um professor, que reflicta um pouco o que é ser sociólogo. Mas, essencialmente, temos uma grande autonomia. O grupo vive muito da participação dos estudantes”.
Apesar do núcleo actual ser bastante activo, o grupo depara-se com o problema da continuidade no futuro, uma vez que grande parte dos seus elementos serem finalistas. “Essa é naturalmente uma preocupação das pessoas que estão mais envolvidas no núcleo, que são pessoas que hoje são finalistas. Quando terminarem o curso, obviamente terá que haver um processo de renovação que nem sempre é fácil de assegurar”, lamenta João Queirós.
Revista Gestos: o resultado de quatro anos de trabalho
“A ideia inicial foi a de lançarmos as ideias de alguns estudantes, porque nós temos sempre aquele dilema: estamos aqui a produzir boa sociologia, mas ela perde-se nas gavetas dos professores. A ideia foi resgatar esses trabalhos que os alunos quisessem oferecer voluntariamente e oferecer à revista para publicação. Abrimos um concurso. As pessoas fizeram-nos chegar os trabalhos e publicámos o nº1 da revista”. Assim nasceu o primeiro número da revista “Gestos”, o resultado visível do trabalho deste grupo de estudantes do curso de Sociologia da Faculdade de Letras.
A revista, com periodicidade anual, é composta por cerca de 10 artigos de alunos de Sociologia, com um pequeno artigo introdutório da autoria de um professor. Agora prepara-se a publicação do segundo número, com a segurança da boa aceitação que teve o primeiro: “Todos aceitaram muito bem a revista. Tanto os professores, como os alunos de outras faculdades. Nós editámos a revista e pusemo-la à venda. Tem tido um feedback muito positivo por parte de toda a gente. Sinto que as pessoas do grupo gostaram de ver a iniciativa e que acabaram por se empenhar mais a partir daí, porque viram alguma coisa concreta.”
Noites de Sociologia
O tema das noites de Sociologia deste ano, a decorrer entre hoje, segunda-feira, e a próxima quarta-feira é a loucura. João Queirós explica que escolheram “este tema porque a ideia do evento é ter uma discussão sociológica, mas não só”. “Queremos levar para fora da Faculdade essa reflexão. Vamos falar de loucura porque à partida há aquela ideia de que a loucura não é um tema sociológico, mas sim de Psiquiatria ou Medicina. Mas não. Podemos vê-la de um ponto de vista multidisciplinar, e é esse o nosso objectivo”.
