Durante a Cimeira Ásia-África, o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, aproveitou para pedir desculpa pelas agressões cometidas pelo Japão durante a II Guerra Mundial. O pedido de desculpas formal era uma das exigências da China como caminho a percorrer para a resolução da crise diplomática entre os dois países.

“O Japão causou, no passado, um tremendo sofrimento aos povos de vários países, em particular aos das nações asiáticas”, afirmou o primeiro-ministro japonês, que acrescentou ainda que “o Japão enfrenta estes factos da História com um espírito de humildade”.

Após duas décadas de negação, o país nipónico reconheceu finalmente a existência da Unidade 731. Estima-se que os soldados desta divisão tenham matado pelo menos 250 mil pessoas em experiências levadas a cabo nas décadas de 1930 e 1940, altura em que as tropas japonesas ocuparam grande parte da China. Nenhum dos elementos da unidade foi julgado pelas atrocidades.

Koizumi tentou acalmar as tensas relações com a China ao expressar o seu mais “profundo remorso” pelo sofrimento causado durante o passado colonial deste país. Apesar do pedido de desculpas, o Supremo Tribunal do Japão negou a possibilidade de indemnizar as vítimas chinesas.

Por outro lado, Tóquio exige a Pequim um pedido de desculpas e o pagamento de indemnizações pelos danos causados nas últimas três semanas a consolados, lojas, restaurantes e a cidadãos japoneses em território chinês. Contudo, a China não cede às pretensões japonesas.

Pedro Sales Dias