Hoje, quarta-feira, é o segundo dia da visita oficial de Putin ao Médio Oriente, num roteiro que levará o presidente russo a um reforço das posições russas na região, como considera um investigador do Instituto das Relações Internacionais de Moscovo, Oleg Barabanov, citado pelo Portugal Diário.

O presidente russo, Vladimir Putin, marcará presença em Israel depois de ontem ter visitado o Egipto. Antigo aliado da Rússia, o Egipto é hoje um mercado apetecível para Moscovo, tendo em conta as declarações do embaixador do Cairo na capital russa, Rauf Saad, que afirma que o Egipto conta com as tecnologias russas, nomeadamente no sector do gás, para fazer avançar a sua indústria.

Os interesses económicos são a tónica dominante numa visita que une também dois estados que lutam contra o radicalismo islâmico.

O semanário liberal russo, Moskovskie Novosti critica o atraso desta visita. “Putin vai a Israel após um aperto de mão histórico entre os líderes israelita, Ariel Sharon, e palestiniano, Mahmud Abbas, em Charm El-Cheikh (Egipto, em Fevereiro passado), sob a égide de George W. Bush e quando o mundo árabe está pronto para reestabelecer as relações diplomáticas com o Israel”, escreve o jornal.

A passagem por Israel não será, certemente, amena depois de numa entrevista à televisão israelita, Putin ter afirmado que a venda de mísseis russos à Síria “impediriam a aviação israelita de sobrevoar o palácio” do presidente sírio, Bachar Al-Assad.

À “conquista” da Palestina

No último dia da sua visita ao Médio Oriente, Putin rumará à Palestina. Uma visita que terá como principal objectivo o restabelecer de contactos com a nova Autoridade Palestiniana. Para este reatar diplomático não será alheia a oferta de dois helicópteros e 50 veículos de transporte de tropas à Autoridade Palestiniana por parte da Rússia.

No fim da semana, Putin deve esperar um reforço da posição da Rússia no panorama do Médio Oriente. O mesmo Médio Oriente que foi durante décadas um ponto fulcral onde se travaram importantes batalhas no seio da Guerra Fria.

Após a queda do Muro de Berlim, Moscovo perdeu quase toda a sua importância na região, agora fortemente dependente dos Estados Unidos.

Mariana Teixeira Santos