“Desde que o Rui Rio assumiu o poder, retirou todo o financiamento aos bairros sociais. Vários projectos de intervenção social ficaram pelo caminho, foi tudo acabado”, acusa ao JPN Maria Rosa Teixeira, presidente da Associação de Promoção Social da População do Bairro do Aleixo (APSPBA).

Descontente com a falta de apoio da Câmara Municipal do Porto ao bairro, a presidente diz que o estigma de “ser do Aleixo” é o pior de todos os problemas do bairro. Rosa Teixeira aponta Rui Rio como um dos principais culpados por essa situação. “Quando um presidente diz que ou tratamos dos pobres ou eles tratam de nós, está a ofender toda a população dos bairros sociais”, afirma.

A candidata independente à autarquia portuense faz questão de referir que todos os projectos sociais que estavam a ser desenvolvidos no bairros foram cancelados pelo Executivo camarário. “O projecto de zelação das torres que empregava um morador por cada torre foi suspenso pelo doutor Rui Rio”, exemplifica a presidente. “Ele acabou com com tudo o que tínhamos de bom”, conclui.

Junta desvaloriza críticas

Alberto Lima, presidente da Junta de Freguesia de Lordelo do Ouro e da Agência de Desenvolvimento Integrado (ADILO) da mesma freguesia, responsável pela assistência social no bairro, diz não entender as acusações que são feitas pela APSPBA. “As pessoas [do Aleixo] têm [acesso a] todas as soluções sociais, mas estão dispersas pela freguesia, nomedamente no centro comunitário. Portanto, é só uma questão de se deslocarem 100 metros ao lado”, afirma ao JPN.

O presidente explica que alguns dos projectos não estão em funcionamento porque foram transferidos do Aleixo para outras zonas da freguesia. “Foi objectivo número um [da Câmara] retirar a concentração de apoio social do bairro do Aleixo para que esteja tão disponível para as pessoas do Aleixo como para as outras pessoas de outro bairro qualquer da freguesia”, explica.

Alberto Lima afirma que da parte da Junta de Freguesia os apoios à associação nunca foram cortados. Em relação à posição adoptada pela Câmara, o presidente refere que “os subsídios da Câmara não foram cortados só a essa instituição, foi um corte transversal. Julgo que a câmara tem dado todo o tipo de apoios que é possível dar, a nível de infra-estruturas, transportes, até muito mais que no passado”.

Da parte da Câmara Municipal do Porto não foi possível obter qualquer reacção a estes comentários, já que o vereador responsável pelo pelouro do Urbanismo, Mobilidade e Desenvolvimento Social, Paulo Morais, mostrou-se sempre indisponível ao longo da semana.

Texto: Milene Câmara
Fotos: Pedro Gonzaga Nolasco