Dever cumprido! Depois de longos meses de competição, a temporada terminou ontem, terça-feira, para os sub-21 portugueses. Em beleza, diga-se. Mesmo sem fazer uma exibição de encher o olho, Portugal teve a percepção das exigências do encontro face à Estónia e tratou de confirmar a natural superioridade colectiva e individual. Face a esta abismal mais-valia, a turma de Agostinho Oliveira só tinha mesmo de vencer para confirmar o apuramento para a fase seguinte da qualificação para o Campeonato da Europa de 2006.

Fê-lo com algumas novidades relativamente ao onze que alinhou frente à Eslováquia na passada sexta-feira. Bruno Vale mantinha a titularidade na baliza, comandando um quarteto defensivo donde saía Vítor Rodrigues. Com João Pereira à direita e a dupla Zé António-Pedro Ribeiro ao centro, o lateral do Tourizense foi substituído por Valdir.

No miolo, o campeão inglês Nuno Morais rendia o castigado Raúl Meireles na posição mais recuada de um tridente que contava ainda com João Moutinho e com o armador Hugo Viana.

Quanto ao ataque, Agostinho Oliveira trocou as unidades que haviam alinhado na vitória sobre a Eslováquia. Assim, Ivanildo e Edgar Marcelino tentavam alargar o futebol nacional ante uma Estónia muito fechada sobre o seu eixo, cabendo ao gigante Hugo Almeida a missão de lutar entre os possantes centrais da formação anfitriã.

Desde cedo se viu que as despesas do encontro estariam a cargo da turma portuguesa. Todavia, tardou para que o onze nacional flanqueasse a produção ofensiva, excessivamente canalizada pelo centro e dependente da acção de Hugo Viana. Perante a passividade da turma de leste, Portugal teve a felicidade de marcar cedo, facto que atenuou eventuais índices de ansiedade, poupando também o recurso a reservas físicas e mentais que, nesta altura da temporada, são já escassas. Aos onze minutos, Viana bateu um canto na esquerda que o pequeno Edgar Marcelino desviou para o fundo das redes de Veber. Estava feito o mais difícil…

Portugal passou a controlar o rumo do encontro a partir de então, ciente das limitações atacantes da Estónia. Até final do primeiro tempo apenas há a registar um bom cabeceamento de Hugo Almeida, que errou o alvo por pouco. Ainda assim, a equipa nacional deixara a partida cair na modorra, não se notando iniciativa de risco no tocante a acções ofensivas.

Dois a abrir e dois a fechar

Tudo mudou com o descanso e com a boa entrada de Portugal no segundo tempo. Uma entrada que rendeu dois golos em treze minutos.

Marcelino fez o segundo do encontro e da conta pessoal na sequência de um bom lance individual do portista Ivanildo. Estava cumprida a missão do atacante sportinguista emprestado ao Penafiel, que saiu para a entrada de Filipe Oliveira.

Não podia ter sido mais feliz a alteração. Dois minutos em campo e o campeão inglês fazia o terceiro golo nacional, o melhor da tarde. A trinta metros da baliza adversária, o avançado do Chelsea abrilhantou um fim de época muito profícuo no capítulo pessoal. Vencedor da Premiership, o jogador formado no FC Porto voltou a marcar depois de ter inaugurado o marcador na recepção à Eslováquia.

Escusado será dizer que a turma de Oliveira voltou a tirar o pé. Estava confirmada a passagem aos play-off de apuramento para o Europeu de 2006 e o oponente já agitava a bandeira branca. Contudo, o instinto goleador de Hugo Almeida continuava por sacear, problema que facilmente se resolveu a 10 minutos do final. Filipe Oliveira cruzou para o cabeceamento do internacional AA, que ainda viu o primeiro remate embater na barra, mas emendou, também de cabeça, para o fundo das redes do desamparado e atónito Veber.

Poder-se-ia pensar que estava feito, mas a experiência do começo da segunda metade trouxe a lição de que aos dois de cada vez é “mais barato”. Paulo Sérgio, opção para os minutos finais, confirmou a teoria com um bom lance individual.

Sete vitórias em sete jogos

Ainda que a confortável liderança no Grupo 3 permitisse alguma folga, Portugal resolveu desde já a questão do apuramento para a fase final da ronda de qualificação para o Campeonato da Europa do próximo ano. Amplamente favorito, o conjunto nacional resolveu a partida com golos a abrir cada uma das metades e chegou à goleada nos minutos finais. São sete vitórias em sete jogos, números que fazem de Portugal a única equipa a conseguir o pleno nesta fase de grupos. Venham as férias…

Ficha do Jogo
Tallin, 7 de Junho de 2005
Árbitro – Attila Dubraviczky (Hungria)

Estónia:
Veber; Sisov, Post, Mazurkevits e Slim; Antonov, Reinumae, Vunk e Hurt; Dupikov e Voskobjonikov (Ahjupera, 64´)

Portugal:
Bruno Vale, João Pereira, Zé Castro, Pedro Ribeiro e Valdir; João Moutinho, Nuno Morais (Silvestre Varela, 74´) e Hugo Viana; Edgar Marcelino (Filipe Oliveira, 57´), Hugo Almeida e Ivanildo (Paulo Sérgio, 66´)

Golos:
0-1 por Edgar Marcelino (11´)
0-2 por Edgar Marcelino (55´)
0-3 por Filipe Oliveira (58´)
0-4 por Hugo Almeida (82´)
0-5 por Paulo Sérgio (84´)

Cartões Amarelos:
João Pereira e Hugo Viana

André Viana