Portugal foi ontem, sexta-feira, goleado pela França na final do Torneio de Toulon. Ainda que se apresentasse no encontro decisivo só com vitórias e sem ter sofrido qualquer golo, o conjunto nacional foi humilhado por um adversário muito bem estruturado, com princípios de jogo definidos e metodologias interiorizadas.

Rui Caçador via-se privado de Amoreirinha (castigado) e de Nélson (lesionado), mas fez questão de complicar ainda mais o cenário. Primeiro, ao inovar com a apresentação de um esquema de três centrais que se mostrou contra-producente. Depois, por ter mexido muito mal na hora de tentar alterar o rumo dos acontecimentos.

Claro que as culpas não podem recair por inteiro na equipa técnica, e se é verdade que houve golos que nasceram de erros primários, também não é menos verdade que o futebol praticado pela turma de René Girard foi de uma perfeição notável. Veja-se o lance do golo do parisiense Rudy Haddad para perceber quão mecanizado estava o conjunto gaulês, juntando a esse ‘savoir-faire’ uma dose de improviso verdadeiramente notável.

Nesse pormenor, o criativo do Paris Saint-Germain foi mestre. Ainda assim, a frente de ataque contava também com o alto e possante Nicolas Fauvergue, que fez o segundo golo três minutos após a abertura do marcador. A França concretizava o domínio que vinha exercendo desde o minuto inicial e Rui Caçador não soube responder a partir do banco.

Pensava-se que o descanso podia favorecer o conjunto nacional, mas a segunda etapa apenas trouxe mais do mesmo. Assim, Jimmy Briand fez o terceiro tento gaulês, após mau passe do capitão Sérgio Organista, e Fauvergue, avançado do Lille, fechou as contas francesas com um pontapé acrobático após centro da direita.

João Moreira ainda reduziu, mas o vencedor estava encontrado. Portugal falhou um quarto título na conceituada prova de Toulon, perante um adversário que se mostrou bem mais maduro e entrosado, renovando assim a vitória que conseguira na edição transacta. A Inglaterra ficou com a terceira posição, após bater o México no desempate por grandes penalidades.

André Viana