Os cidadãos do Porto puderam hoje, domingo, visitar pela primeira vez o Túnel de Ceuta, obra que se arrasta desde 1996, e que é motivo de polémica entre a Câmara do Porto, liderada por Rui Rio, e o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR).

Nas duas entradas do túnel (na Rua de Ceuta e no Jardim do Carregal, junto ao Hospital de Santo António), os visitantes receberam um dossiê que explica a posição do Executivo autárquico. Denominado “Túnel de Ceuta – Uma história de incompetência e de falta de respeito pelo Porto”, o texto explica as razões de Rui Rio para continuar com as obras, após o IPPAR ter declarado o embargo ao túnel.

Para Rui Rio, pode ler-se no dossiê, o túnel nunca deveria ter sido construído. Porém, e segundo o mesmo texto, visto que o túnel estava quase pronto para abrir, embora a obra se encontrasse parada, Rio optou por modificar a localização da boca de saída, colocando-a trinta metros mais à frente, no início da Rua D. Manuel II. Desta ideia resultou a polémica com o IPPAR, que não pretende ver o túnel à porta do Museu Soares dos Reis.

Da parte da manhã, segundo uma das funcionárias da Câmara que se encontrava na boca do Carregal, o número de visitas ao túnel estava dentro das expectativas. Os moradores da zona foram os mais curiosos em relação à infra-estrutura. Rui Rio e o restante executivo camarário, tal como tinham afirmado, não compareceram no local.

Presente no local, o deputado municipal do Partido Socialista José Miguel Lima afirmou ao JPN que a iniciativa é “pura demagogia”, e que o que está em causa não é a abertura do túnel, mas “uma questão de cumprimento da lei por parte da Câmara”. Para o deputado municipal, “é necessário abrir o túnel junto ao Carregal o mais depressa possível”, visto que essa saída se encontra pronta.

A polémica promete continuar. As eleições autárquicas de Outubro aproximam-se e vive-se já um ambiente de pré-campanha.

Texto e foto: Duarte Sousadias