A mostra é o resultado da colaboração entre a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) e definida como “uma exposição de peso, também no sentido literal da palavra” pelo arqueólogo do IPPAR e comissário da organização da exposição, Luís Sebastian.

Alexandre Leite, professor da FEUP e comissário da exposição, explica que o tema do simpósio internacional se relaciona “com a metalurgia do fabrico do bronze e com a história dos sinos na humanidade.”

O “ex-libris da exposição”, para Alexandre Leite, é uma réplica de um forno do século XVI encontrado há pouco tempo em S. João de Tarouca e que servia para fabricar sinos. A réplica foi feita pela FEUP.

Luís Sebastian explica que a ideia subjacente à selecção dos elementos da mostra foi a de “trazer um sino de cada fundição do país. Não só das duas únicas fundições ainda em trabalho, a de Braga – mais industrial – e a de Rio Tinto – mais artesanal – , mas também um exemplar de cada uma das antigas do país”.

Está também exposto o sino original da torre da Universidade de Coimbra, “A Cabra”, fundido em 1741, e um símbolo do toque que chamava os estudantes para as aulas. Na exposição, pode conhecer-se a história do roubo do badalo, também exposto, em 1863 por três estudantes.

O sino mais antigo e o mais recente do país são outras das atracções – o sino do Mosteiro de Almoster, de 1292, e o sino que quebrou o minuto de silêncio pela paz no mundo do “Rock in Rio” do ano passado.

Para Luís Sebastian, este é um tema “inédito em Portugal, mas que na Europa já é uma disciplina de estudo.” O arqueólogo afirma que “Portugal é um país de católicos e com muita tradição nos sinos”, mas que “ainda não deu o primeiro passo. Esta exposição também pretende sensibilizar as pessoas, não só os investigadores, mas também os párocos, por exemplo, para que preservem os sinos e toda a história que encerram”.

A iniciativa inclui-se no âmbito do III Simpósio sobre Mineração e Metalurgia Históricas do Sudoeste Europeu que começou hoje e se prolonga até quarta-feira, na FEUP, e vai contar com mais eventos até ao fim do ano.

Luís Sebastian adiantou que “vão realizar-se várias conferências e a próxima vai ser sobre o papel dos sinos na sociedade”.

A exposição está patente a partir de hoje e até 2 de Dezembro, de segunda a sexta-feira, das 08h30 às 19h30, na Biblioteca da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. A entrada é livre.

Letícia Amorim
Foto: Andreia Ferreira